O Palácio do Conde do Bolhão, marco da cidade Invicta, vai reabrir no Dia Mundial do Teatro, 27 de março. Após oito anos de obras financiados por mecenas e patronos, a Academia Contemporânea do Espetáculo (ACE)|Teatro do Bolhão, entidade dinamizadora do espaço, afirma que o principal objetivo é devolver o Palácio à comunidade do Porto.

“Queremos abrir o espaço à cidade e fazer dele um espaço de usufruto de toda a comunidade da cidade do Porto e seus visitantes”, afirmou António Capelo, diretor da ACE|Teatro do Bolhão, em declarações à Lusa. Destacou ainda que o processo de restauração ultrapassou variadas dificuldades.

Regime de Comodato

O regime de comodato consiste num contrato em que uma das partes, neste caso a Câmara Municipal do Porto, proporciona à outra, neste caso a ACE/Teatro do Bolhão, o gozo temporário de um imóvel mediante entrega e com obrigação de restituição.

O Palácio do Bolhão é propriedade da Câmara do Porto contudo, foi cedido, em regime de comodato, à ACE|Teatro do Bolhão pelo período de 50 anos. Foi então a instituição que se responsabilizou pela restauração do espaço, no valor de cerca de 2,5 milhões de euros. Contou com os apoios oficiais do Ministério da Eduação, do extinto Ministério da Cultura, da Autarquia do Porto e de benfeitores anónimos que aderiram às campanhas de angariação de fundos nas redes sociais.

O espaço, localizado na Rua Formosa, inclui um auditório construído nas traseiras do edifício principal e encontra-se nos planos dos responsáveis a passagem das instalações da escola ACE da Praça General Coronel Pacheco para o mesmo. A primeira peça a ser apresentada na nova era do Palácio do Conde do Bolhão consistirá numa reposição de “Édipo”. A peça é uma versão elaborada pelo ator António Capelo da tragédia grega, escrita originalmente por Sófocles, e conta com o encenador Kuniaki Ida.