A Universidade do Porto (UP) distinguiu Jorge Sampaio com o doutoramento Honoris Causa. No Salão Nobre da Reitoria da UP, o antigo Presidente da República tornou-se a 99.ª personalidade nomeada e juntou-se, assim, a figuras como Manoel de Oliveira, Eugénio de Andrade ou Nadir Afonso. Depois da atribuição do título de Doutor Honoris Causa, imposto pelo reitor da UP, Sebastião Feyo de Azevedo, Sampaio recordou momentos da sua juventude no antigo regime e mostrou-se emocionado quando mencionou o seu pai, antigo estudante da UP.

O outrora Presidente da República não deixou de lado o estado atual do país e do mundo, desviando-se em especial para a Europa, onde “a atividade política, fragilizada pela inadequada liderança dos seus dirigentes e por um certo enquistamento dos partidos tradicionais, se encontram sob o escrutínio desalentado das suas sociedades”. Sampaio referiu que este é o caminho para abrir espaço à extrema-Direita ou a movimentos xenófobos, salientando que a União Europeia necessita de retomar “o caminho estratégico de solidariedade e de coesão”.

Quanto a Portugal, Jorge Sampaio frisou que é necessário acabar com “as feridas sociais e as desigualdades que hoje desfiguram o país”, sendo para isto preciso salvaguardar a coesão social com confiança, “porque esta é, afinal, uma dívida coletiva para com o país (…), a sua história”, salientou.

Um elogio à UP e à cidade do Porto

O antigo Presidente da República não esqueceu de referir os feitos da UP, mencionando a aposta que incide nas suas instituições, nos seus alunos e nos seus investigadores, tornando-se, desta forma, a instituição do país colocada nos lugares cimeiros dos rankings internacionais de ensino e investigação.

A influência da cidade do Porto foi destacada pelo político, que afirmou que “o Porto foi sempre um destino feliz” na sua vida.

Um momento musical deu início à cerimónia, que contou com nomes como Rui Moreira, Manuel Pizarro e Belmiro de Azevedo. De seguida, o elogio feito por José Madureira Pinto não deixou de fora os principais feitos do antigo chefe de Estado. No seu discurso sublinhou o precoce início de Sampaio na vida política e o contributo singular para a democracia em Portugal. Alexandre Quintanilha foi o Padrinho do antigo líder máximo do país.