A tarde de cinema no Rivoli começou com uma longa-metragem que adapta um video-jogo à vida real de um grupo de jovens. “Ao oni” é um filme japonês de Daisuke Kobayashi que fez estremecer alguns membros da plateia, que eram poucos. O terror começa numa mansão assobrada em que habita um monstro azul com uma estrutura humanoide, desfigurada e desproporcional.

Ouviram-se alguns risos quando o monstro passou na tela pela primeira vez, deixando a sua “gosma” como pista. Mas, quando o monstro azul começou a devorar os membros do grupo de amigos, a plateia deixou de se exprimir. Este filme, além do fantástico, também aborda alguns problemas reais como o bullying e a dependência de drogas. Para sobreviver, as personagens vão seguindo algumas pistas, tal e qual como no vídeojogo,  mas desta vez com um “Game Over” insesperado.

Hollywood no Fantasporto

O Grande Auditório contou com uma plateia mais vasta aquando da ante-estreia mundial de “Be My Cat: A Film For Anne”. O realizador Adrian Tofei esteve presente não só na audiência mas também na tela, como personagem principal. Esta é a primeira longa-metragem do realizador romeno, que na vida real gosta de Anne Hathaway, mas que no filme é um personagem obcecado pela atriz e que faz um filme para a conseguir convencer a ser a personagem principal. Adrian Tofei disse ao JPN, que esta obra original tem algumas influências no conceito de “one man show”, mas que para conseguir a empatia do espectador a nível mundial tinha de ter uma atriz que toda a gente conhecesse. Também afirmou  que “se sente ator antes de se sentir realizador”.

Foram constantes as gargalhadas neste filme, não fosse todo o aspecto “naif” do mesmo. Tudo se conjugava: as filmagens intencionalmente caseiras com a  interpretação realística de Adrian Tofei e das três atrizes que intrepertavam o “futuro” papel de Anne Hathaway, que permitia ao espectador questionar-se se estava a assistir à “vida real” ou a uma representação.  André Alfenim, de 22 anos, comentou com o JPN que o filme não “lhe trouxe nada de novo” e que “não entende a escolha de alguém tão mediático como personagem principal”.

Ação com um “toque” romântico

O sentimentalismo foi ligeiramente despertado quando o filme “Dog” entrou em ação. O realizador Robin Schmidt e o ator Simon Wan estiveram presentes na apresentação da segunda ante-estreia europeia da tarde.

“Dog”, a personagem principal é um membro da tríade local que usa a sua força para completar “missões” que lhe são exigidas. O seu espírito agressivo é posto à prova quando tem de ficar completamente sozinho num edifício abandonado para que não entrem lá estranhos. A única atividade que consegue acalmar a sua fúria interior é jogar uma “Nintendo”, até que um dia fica sem pilhas. O cenário  muda quando uma personagem feminina se envolve na história de 40 minutos.

Tal como se atrai um cão com um biscoito, Sophia oferece pilhas em troca de um lugar onde ficar. A relação de Dog e Sophia vai ultrapassando o companheirismo até que no final existe a derradeira prova de amor.