A camélia, também conhecida por japoneira, é já considerada “património natural e cultural” da cidade do Porto. A “rainha das flores” tem uma relação histórica com a cidade, onde fez a ponte entre o sudeste asiático e todo o norte de Portugal e a Galiza. De entre as quase 400 espécies de camélias exclusivamente portuguesas, há uma que se dá pelo nome de “Cidade do Porto” e floresce em março, na altura da Exposição de Camélias do Porto.

Anualmente, o Porto tem celebrado esta ligação com as camélias ao organizar uma iniciativa que cumpre, em 2015, o seu vigésimo aniversário. A ação centra-se, sobretudo, nos dias 7 e 8 de março, mas há todo um programa de atividades estendido à cidade inteira, que decorrerá até ao próximo dia 14.

Esta iniciativa tem a intenção de convidar os habitantes e visitantes do Porto a conhecer tudo o que está por detrás do conceito “Porto. Cidade das Camélias”, uma nova marca e identidade desenvolvidas pela STILL urban design.

S. Bento da Vitória é a nova casa das camélias

O evento tem lugar este ano, pela primeira vez, nos Claustros do Mosteiro de S. Bento da Vitória e é da responsabilidade da Câmara do Porto – através do seu Pelouro do Ambiente – e da empresa municipal PortoLazer, ambas em parceria com a Associação Portuguesa das Camélias.

A exposição será inaugurada às 14h30 do dia 7 e a entrada é livre. A iniciativa conta com um concurso – onde será eleita a “Melhor Camélia” e a “Melhor Camélia de Origem Portuguesa” -, o mercado da camélia, uma exposição de trabalhos escolares – no âmbito dos 150 anos do Palácio de Cristal –, alguns workshops de cultivo e identificação da flor e oficinas de trabalhos manuais dedicadas aos mais novos.

A sala do Tribunal do Mosteiro vai receber, ainda, um teatro de sombras chinesas nos dias 7 e 8, onde a artista plástica Beniko Tanaka narra a história da chegada das camélias à cidade.

No exterior, a PortoLazer é a responsável pela dinamização de algumas atividades, como concertos, um teatro de marionetas, demonstrações de novo circo e espetáculos de dança.

Na Igreja dos Clérigos terá lugar uma missa, domingo às 21h30, em homenagem aos padres envolvidos na criação “das mais belas Camélias Portuenses em meados do século XIX”.

A celebração continua durante a semana

No âmbito do seu vigésimo aniversário, a Exposição das Camélias do Porto vai alargar-se a toda a cidade e prolongar-se por toda a semana, até 14 de março. As mais de 30 atividades envolvidas nesta comemoração são de entrada gratuita, ainda que algumas tenham lotação limitada pelos espaços onde se desenrolam.

As iniciativas terão lugar em pontos emblemáticos da cidade. A Biblioteca Municipal Almeida Garrett vai ser o palco da mostra documental “Porto. Cidade das Camélias”. O Museu Nacional Soares dos Reis vai convidar os seus visitantes a espreitar o jardim de japoneiras, a tomar um chá e a assistir à exposição de pintura. As restantes ações vão ter lugar no Museu Romântico, a Fundação José Rodrigues, a Casa do Infante e a Cooperativa Artística Árvore.

As comemorações sugerem ainda um “Passeio com Camélias por Fundo”, isto é, uma série de visitas guiadas às camélias espalhadas pelo Jardim Botânico do Porto, o Parque de Serralves e o antigo Horto das Virtudes.

Na quinta-feira, dia 12, está agendada uma tertúlia “Em torno das Camélias com um Porto”, no Instituto de Vinho do Douro e Porto. No segundo sábado do evento, dia 14, terá ainda lugar, na Igreja dos Clérigos, uma palestra – “Para Além das Camélias” -, que conta com a participação do Padre Américo Aguiar, Maria Aguiar (coordenadora da licenciatura em Conservação e Restauro na Universidade Católica do Porto) e Jorge Paiva (professor na Universidade de Coimbra e um dos mais prestigiados biólogos portugueses).

A Semana da Camélia termina no varandim da Torre dos Clérigos, com um espetáculo da “La Traviata de Verdi” – baseado no romance “A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas –, readaptado pela Ópera de Bolso.