A exposição “D. Pedro IV e o Cerco do Porto”, criada para assinalar o cumprimento dos 180 anos desde que o coração do monarca ficou na posse da cidade, está presente em quatro locais diferentes, até 31 de março: no espaço Património a Norte – Mosteiro da Serra do Pilar, no Museu Militar do Porto, no Museu Nacional de Soares dos Reis e na Igreja da Lapa. Todos estes locais têm abordagens diferentes ligadas ao tema.

O cerco do Porto foi um período em que a cidade foi cercada pelas tropas de D. Miguel durante um ano. O esforço heróico e a resistência dos portuenses e das tropas liberais de D. Pedro garantiram a vitória frente às forças absolutistas de D. Miguel.

Horários

A iniciativa, organizada pela Direção Regional de Cultura do Norte, em colaboração com o Museu Militar do Porto, o Museu Nacional de Soares dos Reis e a Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, pode ser visitada durante todo o mês de março, nos seguintes horários: de terça a sexta-feira, das 09h às 12h e das 14h30 às 18h, e aos sábados e domingos, entre as 15h e as 19h.

Segundo José António Oliveira, professor doutorado em História Contemporânea na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras (ESTGF.IPP), explicou ao JPN o motivo deste cerco. “O cerco liberal deveu-se a uma decisão que havia sobre como governar Portugal e qual o regime político mais consentâneo. Basicamente, dividiu-se em duas forças: os liberais comandados por D. Pedro e os absolutistas comandados pelo seu irmão. D. Miguel”.

Por conseguinte, D. Pedro doou o seu coração ao Porto, “em testamento como um sinal de agradecimento pela coragem e pelo apoio que a cidade lhe deu a ele e à causa liberal”, afirma José António Oliveira.

Também foi nesta época que o Porto recebeu a designação de cidade Invicta. “A designação de Invicta é atribuída três anos mais tarde (1837), pela Rainha D. Maria II, filha de D. Pedro, e é uma forma, quer do poder político de Lisboa, quer do poder político do Porto, de reconhecer o papel do Porto, que não se rendeu durante o cerco miguelista e que foi muito importante para a vitória dos liberais sobre os absolutistas”, explica.