O Salão Árabe do Palácio da Bolsa, o Palácio das Artes, a Igreja da Misericórdia, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto e a Igreja dos Clérigos são os espaços da cidade escolhidos para os concertos de música erudita que o evento In Spiritum prepara-se para oferecer, entre 30 de abril e 3 de maio.

O Festival de Música e Contemplação do Porto, assim também se designa, promete, naquela que é mais uma edição, ser diferente: o público não fará uma simples visita a estes monumentos. Terá também a experiência de plateia num concerto onde a música se harmoniza com as características do espaço em questão.

Novidades

Uma das grandes novidades da atual edição do festival é a realização do I Concurso Internacional de Composição Festival Internacional IN SPIRITUM, que concedeu o “Prémio Joaquim Simões da Hora” a uma obra especialmente composta para os órgãos da igreja símbolo da cidade.

Atuarão, assim, artistas como a violinista Michelle Kim, o pianista Marco Brescia, Veronica Febbi na harpa barroca, João Vaz e Javier Artigas no órgão e os grupos Tropos Ensemble, Favola d’Argo, La Real Cámara.

A peça vencedora do prémio de composição, da autoria do jovem compositor Daniel Bondaczuk de Castro Lobo, que vai receber 1.500 euros e ver o seu trabalho publicado em CD, terá a sua estreia mundial no último dia do evento, na Igreja dos Clérigos e nos órgãos que dela fazem parte.

A ideia deste festival proveio de dois casais amigos, um deles originário do Brasil. Este, que vive no Porto há três anos, desde logo identificou uma falha na cidade Invicta: “Muitos dos espaços que temos num quilómetro quadrado estão fechados. Eles, como músicos e musicólogos, lembraram-se, à semelhança de outros países, de unir património arquitetónico a artístico”, afirma ao JPN Raquel Gomes, a portuguesa do grupo.

Assim, o In Spiritum une a música clássica, que muitas vezes é identificada como inacessível, ao património arquitetónico do Porto.

Quanto à atribuição do prémio (ver caixa) partiu também de uma falha notada pelo casal de brasileiros: “Havia uma falha em termos de arquivo histórico da música que é feita para o Porto. A Associação Comercial do Porto, por exemplo, encomendava música para determinados locais, mas o arquivo histórico está todo em Lisboa. Assim, a nossa ideia foi criar este concurso, abri-lo ao mundo, por assim dizer. E quem compõe, compõe especificamente para determinado espaço. Neste ano foi composto para os dois órgãos presentes nos Clérigos”.

Com a apresentação na Câmara do Porto, os organizadores ficaram surpreendidos pela diversidade de público presente. Desta forma, querem dar a conhecer, não só aos turistas, mas também aos habitantes locais, a riqueza artística que o Porto oferece. Os bilhetes estão à venda em locais como a Fnac, El Corte Inglés, ou Ticket Line.