Pelo Queimódromo começou, nesta terça-feira, a montagem das primeiras estruturas para a semana feita por e para os estudantes portuenses. De 3 a 10 de maio, são várias as atividades que celebram a vida académica da Invicta, na certeza, porém, de que a noite é passada no calor do recinto matosinhense. Em média, segundo Daniel Freitas, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), “mais de 200 mil estudantes” marcam presença no recinto, durante esta semana.

“Uma semana que vale por um ano inteiro”

É com o soar do primeiro acorde da guitarra portuguesa que as comemorações se iniciam, no dia 3, com a Monumental Serenata, prevista para a 00h01. O fado académico invade, pela terceira vez consecutiva, a Avenida dos Aliados, para se despedir dos finalistas e ver os padrinhos a traçar a capa pela primeira vez aos caloiros da Academia.

No Parque da Cidade, a música é outra. Na primeira noite de festa, sobe ao palco a banda sanjoanense Distant Ship, vencedora do concurso de bandas organizado pela FAP. Daniela Mercury é o segundo nome confirmado para dar as boas-vindas aos estudantes, no início desta semana pensada para eles.

A folia da primeira noite não será impedimento para a Missa da Benção das Pastas, no domingo, que vai trazer os finalistas à Avenida dos Aliados, a uma cerimónia presidida pelo Bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos. À noite, os D.A.M.A. vão fazer as delícias das “Luísas”, no Queimódromo, e abrir o palco à banda de Sónia Tavares, os The Gift.

Segunda-feira é Dia da Beneficência, isto é, uma iniciativa pensada na perspetiva de angariar fundos para instituições de solidariedade social. A Academia está mobilizada para servir de mão-de-obra, no que toca ao apoio a este tipo de causas. À noite, no Coliseu do Porto, o Concerto Promenade vai ser a montra dos maiores talentos da cidade. No Queimódromo, Dengaz (rapper português) e Anthony B (DJ jamaicano) vão trazer ao recinto a boa vibe do reggae e dos ritmos urbanos.

Terça é dia de “perder a voz” pelas casas

Da Rua da Restauração à tribuna, no cimo da Avenida dos Aliados, desfilam, na terça-feira, todas as faculdades e institutos vinculados à Academia do Porto. O Cortejo Académico é, para muitos, o ponto alto desta semana, atividade que reúne multidões ao longo do tradicional percurso pelo centro da cidade. Tradição é, também, entrar no Queimódromo ao som de Quim Barreiros, presença assídua na noite que sucede o desfile. Os Banda Red vêm, pela segunda vez, aquecer a “Garagem da Vizinha”, numa noite que promete ser “de lotação esgotada”.

“Vaivém” assegurado por mais um ano

Como tem acontecido nos últimos anos, a Sociedade Geral de Transportes do Porto (STCP) proporciona dois percursos frequentes e inteiramente gratuitos: do Queimódromo à Trindade e ao Hospital de São João. Na noite da Monumental Serenata e do Cortejo, o metro funcionará, também, toda a noite.

O Festival Internacional de Tunas Académicas (FITA) é a atividade que marca a quarta-feira, dia 6, e que terá lugar, também, no Coliseu do Porto. Anselmo Ralph e B4 Los Compadres são as atrações do serão que vai trazer os ritmos angolanos destes artistas até ao Queimódromo. A meio da semana, “É Melhor Não Duvidar” que esta é a noite que promete atrair mais público pelos concertos, em detrimento de contextos académicos.

O resto da semana vai trazer ao palco artistas de naturezas bastante diversificadas. Quinta-feira, dia 7, os veteraníssimos Xutos & Pontapés atuam no Queimódromo e vão trazer a onda rock juntamente com a banda portuguesa The Walks. De seguida, está prometida uma “sexta eletrónica”, que vai levar os DJs da tenda para o palco principal. O holandês Blasterjaxx, Mike Hawkins e DJ Hugo B são os nomes que vão animar esta noite. No sábado, último dia da Queima das Fitas, são os portugueses We Trust e o britânico James Arthur os responsáveis pelo encerrar de um espetáculo “impossible” de esquecer.

Tradição estável, novos compromissos

Em 2015, a FAP assumiu o compromisso, junto das autarquias, de “diminuir o impacto sonoro da Queima na zona envolvente”, segundo conta Daniel Freitas ao JPN. Com efeito, a associação apostou em “sistemas de som mais limitados, que diminuam o alcance do ruído e incomodem o menos possível os moradores dos arredores”. Esta iniciativa contou com o apoio da Faculdade de Engenharia do Porto (FEUP), no que toca às questões acústicas inerentes. Quanto à segurança, o presidente da FAP promete “não facilitar”.

Freitas confessa, ainda, que “a Queima é um espaço de grande tradição” e que “a ideia é que se mantenha estável por muito tempo”, o que não significa “que não se vá melhorando e otimizando as atividades”.

Queima das Fitas do Porto decorrerá de 3 a 9 de maio e será responsável pela mobilização de centenas de milhares de jovens. O passe que garante o acesso ao Queimódromo durante a semana inteira tem o custo de 56€ para estudantes. Até 30 de abril, o bilhete diário tem o custo de 8€ para cada uma das três primeiras noites e 8,50€ para as restantes.