Num espaço onde há vinte anos trabalhavam 22 pessoas, hoje trabalham apenas três. Mas o que há uns anos era feito em duas horas, hoje é feito em vinte minutos.

As tipografias ainda existem, mesmo sendo cada vez mais apetecível a leituras dos livros em telemóveis ou tablet. Segundo João Ávila, funcionário da Tipografia Fonseca, no Porto, ao longo dos anos o modo de fabricação do livro não se modificou. Mas as ferramentas e os equipamentos evoluíram tecnologicamente o que causou algumas mudanças na “arte de fazer o livro”. O modo de impressão de um livro demora agora menos tempo e não precisa de tanta mão de obra como antigamente. Com maior rapidez consegue-se obter um maior número de livros.

Esta tipografia já não sobrevive apenas com a fabricação de livros de autor, porque os números pedidos por edição são muito menores. O funcionário da tipografia, que resiste há 132 anos, diz que este é ainda um negócio sustentável, mas por culpa da atualização dos materiais e maquinarias utilizados. Com algumas exceções, as tipografias vivem agora não de livros de autor mas de outro tipo de trabalhos tipográficos, como por exemplo livros de recibos ou cartões de empresas. Talvez só aqueles que se encarregam dos livros escolares sobrevivam este estilo.

Os hábitos de leitura estão em transformação, talvez os métodos de fabricação dos livros já se tenham transformado.