Em 2013, o investigador Pedro Madureira, em parceria com a Venture Catalysts (empresa que apoia a criação de startups com base científica), fundou a Immunethep. O objetivo era desenvolver uma vacina materna que evitasse os elevados valores de mortalidade nos recém-nascidos causados por infeções bacterianas, baseado num trabalho de investigação liderado por Paula Ferreira e iniciado no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS).

Esta vacina foi patenteada pela Universidade do Porto (UP) e licenciada à Immunethep para a exploração comercial. No passado dia 30 de março, a empresa e a Portugal Ventures fecharam o valor do primeiro investimento, atingindo o montante necessário para iniciar os ensaios pré-clínicos e posterior aprovação da vacina. Os resultados dos testes realizados em animais foram promissores e este financiamento irá permitir concluir os testes pré-clínicos necessários para a entrada em ensaios clínicos em humanos.

A investigação nesta área teve início há mais de 30 anos com Mário Arala Chaves, fundador do Laboratório de Imunologia do ICBAS, sabendo-se hoje que essas bactérias libertam uma proteína que “desliga” o sistema imunitário dos recém-nascidos, levando ao desenvolvimento de pneumonia, meningite e, em casos mais graves, morte por choque sético.

Esta vacina pretende, então, anular a ação dessa proteína bacteriana, permitindo que o sistema imunitário dos bebés controle e suprima a infeção, estando previsto que consiga combater até “95% das infeções invasivas em recém-nascidos”, calcula Pedro Madureira, nos seus estudos.