O Museu Judaico do Porto, situado na Sinagoga Kadoorie Mekor Haim, na Rua de Guerra Junqueiro, abriu ao público no dia 21 de maio. No espaço, os visitantes poderão conhecer a cultura, a história e a religião judaicas, bem como a história da Comunidade Judaica Portuense – também conhecida por Comunidade Israelita do Porto – desde a idade média até à atualidade. O museu está aberto todos os dias, das 09h30 às 17h30, com exceção dos sábados e feriados judaicos.

De acordo com Michael Rothwell, membro da Comunidade responsável pelo espaço, “este museu pretende atrair, predominantemente, crianças e turistas. Os primeiros, as crianças, representam o dia de amanhã, e os segundos, os turistas, uma indústria de paz. Estamos certos que este local de conhecimento irá enriquecer os roteiros turísticos da cidade”.

A inauguração oficial do Museu Judaico do Porto ocorrerá no dia 28 de junho, numa cerimónia presidida pelo presidente da Comunidade Israelita do Porto, Dale Jeffries, e acompanhada pelo rabino da sinagoga Kadoorie Mekor Haim, Daniel Litvak.

Museu está repleto de história do universo judaico

O novo museu, instalado no primeiro piso do templo, exibe um património inédito de documentos e objetos históricos da maior relevância (ver em baixo fotogaleria).

Destacam-se uma réplica da epígrafe granítica do século XIV que esteve encrostada na parede da sinagoga da Judiaria de Monchique e um painel com o nome dos 842 “cristãos-novos” portuenses processados, entre 1541 e 1737, pela prática de “heresias judaizantes”. A vítima mais idosa contava com a idade de 110 anos. A vítima mais nova tinha apenas 10 anos de idade.

Estão também expostos vários documentos originais e objetos relacionados com a “Obra do Resgate” dos cripto-judeus que existiram até há poucas décadas no Porto e com o acolhimento prestado pela Comunidade a centenas de refugiados judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A forma como os judeus portuenses viveram a fundação do Estado de Israel, em 1948, é também uma área de destaque do Museu Judaico do Porto.

A Comunidade Israelita do Porto foi fundada em 1923 por iniciativa e empenho do então capitão Barros Basto e por um grupo de comerciantes judeus provenientes do leste e centro da Europa, numa cidade onde há séculos não existia uma comunidade judaica. Oficialmente, os judeus e o judaísmo haviam sido banidos do Porto em 1496, com o Édito de Expulsão.

O museu está aberto todos os dias e recetivo a visitas. Em 2014, por exemplo, recebeu cerca de dez mil pessoas.

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