Francisco Tuna de Andrade, aluno do 12.º ano, venceu, este ano, pela quinta vez consecutiva, as Olimpíadas Portuguesas da Matemática. Francisco desafia a ideia de que a matemática é difícil e diz que não há razões para se ter receio da disciplina. Para o estudante, o segredo para se ultrapassar as dificuldades e obter os resultados que se pretendem é estudar.

Por outro lado, Lélia Carneiro, professora de 5.º e 6.º ano, diz que há motivo para os alunos terem medo da matemática. Por ser uma disciplina de continuidade, é necessário um trabalho constante. Lélia diz também  que os alunos não gostam da matemática porque implica “abstração e maturidade mental que os estudantes, por vezes, não têm e que não é trabalhada”. Joana Dias, aluna do 4.º ano de Matemática na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), acrescenta ainda que não basta decorar a matéria e saber resolver os problemas: é necessário saber como aplicar aquilo que se aprende.

Mas será a matemática algo que se aprende ou há quem tenha o dom para a disciplina? Lélia Carneiro acha que se aprende. A professora diz que o importante não é o jeito, mas que a matemática se constrói e trabalha desde o infantário e, principalmente, em casa. Joana concorda e diz que não há “dons para a matemática nem para coisa nenhuma”. Por outro lado, Francisco Andrade considera que há quem tenha mais jeito para a matemática.

O sistema de ensino

Todos os anos, a matemática apresenta médias negativas nos exames nacionais. Mas de quem será o problema? Estarão os estudantes mal preparados e pouco interessados na disciplina, ou será o sistema de ensino pouco adequado? Lélia Carneiro considera que em Portugal há um bom método de ensino da matemática. A professora também apela a que os pais acompanhem os alunos. Já Francisco discorda e afirma que, “comparado com outros países”, o método de ensino não é muito adequado.

Mas, então, o que é necessário mudar? Para Lélia, o essencial é mudar mentalidades e criar “vias estruturantes em que os alunos, conforme as suas aptidões, fossem encaminhados para determinadas profissões”.