Quem, entre a próxima quinta-feira e o próximo sábado, se dirigir a Oeiras para marcar presença no festival que ali decorre, ininterruptamente, desde 2007 é provável que o faça movido pelos concertos dos pesos pesados da indústria musical — Prodigy, Muse, Alt-J, Metronomy, Sam Smith e as outras dezenas de bandas e artistas que compõe a oferta este ano —, mas, com uma dose mínima de aventureirismo, há muito para se descobrir no NOS Alive 2015. E, sem preconceito e condescendência nenhuma, para lá dos grandes cabeças-de-cartaz alguma da melhor música é feita por portugueses.

Os Blasted Mechanism, por exemplo, estiveram no festival em 2007, na primeira edição, e voltam agora com “Egotronic”, o primeiro álbum de originais desde 2012. A banda lisboeta, a celebrar 20 anos de atividade, foi um fenómeno de popularidade no início do século e sempre primou pela apresentação teatral, instrumentos inovadores e uma mistura de rock com elementos étnicos. A nave aterra a 10 de julho no Palco NOS (18h00).

Também no palco principal do NOS Alive, mas no dia seguinte (18h00), os HMB trazem a carne toda para o assador do funk veranil com as canções que toda a gente vai querer cantar — à falta de uma piscina para arrefecer, é tirar a roupa. Ainda no dia 11, Tó Trips e Pedro Gonçalves, que é como quem diz os Dead Combo (Palco Heineken, 19h40), levam o fado “spaghetti” de “A Bunch of Meninos” a passear à beira rio.

No Palco Clubbing atuam, no dia 10, Capicua (20h50), Batida (23h25) e Moullinex (01h55). Ou seja, Ana Matos, Pedro Coquenão e Luís Clara Gomes, do Porto a Huambo, passando por Viseu. O produtor da Discotexas lançou este ano “Elsewhere”, o sucessor do não menos virtuoso “Flora”. Por sua vez, o luso-angolano, também com dois álbuns, o último dos quais de 2014, faz um trabalho de citação e reinterpretação da música angolana do último meio século — Damon Albarn e Gilles Peterson são fãs. A rapper do Porto, que já foi “writer” e já estudou sociologia, desce até Oeiras com “Medusa”, depois de “Sereia Louca” a ter catapultado definitivamente para a primeira linha do hip-hop nacional.

No Palco Raw Coreto, para projetos de menor dimensão mas não de menor valor, estarão os Basset Hounds, Les Crazy Coconuts, Nice Weather For Ducks (a 9 de julho), Tape Junk, Los Waves, Prana (a 10) ou Pista e Cave Story (11). Pelo palco cómico, o Jardim Caixa, passarão Herman José, Francisco Menezes, Manuel João Vieira, Rui Unas, Diogo Faro entre vários outros.

Convém recordar que o dia 9 está esgotado, bem como a entrada para os três dias, e que a organização disponibilizou um passe para os dias 10 e 11 a 89 euros. O bilhete diário custa 55.