Ricardo Pais é um encenador português “sempre pronto a mudar de vida” – em palco e fora dele. Nasceu em 1945, frequentou o curso superior de Encenação do Drama Centre London, foi professor da Escola Superior de Cinema de Lisboa, diretor do Teatro Nacional D. Maria II  e depois do Teatro Nacional de São João, no Porto, entre 1996 e 2009, com um interregno de dois anos. Com esta última instituição ainda mantém laços estreitos.

Pelo brilhantismo do percurso, do qual fazem parte mais de cinquenta espetáculos teatrais e criações cénicas, será distinguido na próxima quinta-feira, 9 de julho, às 18h30, com a Medalha de Mérito – Grau Ouro, pela Câmara do Porto.

Em palco, cruzou sempre a literatura, o canto, a eletrónica, a dança, o teatro radiofónico, as projeções vídeo, a magia e a performance art. Ocupou-se da mais alta literatura em língua portuguesa, trabalhando autores como Fernando Pessoa, Padre António Vieira, Almeida Garrett, António Ferreira e Gil Vicente. Encenou também autores nucleares da dramaturgia universal, de Maquiavel a Alfred Jarry, de Shakespeare a Wedekind, de Molière a Ionesco.

Cerimónia acontece na Casa do Roseiral

Também por isso, já não é a primeira vez que o percurso artístico do encenador é enaltecido com várias condecorações: já conta com a Grande Insígnia de Mérito, atribuída pelo Presidente da República da Áustria (1989), e com os títulos honoríficos de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres, pelo Ministro francês da Cultura e da Comunicação (2007), de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, pelo Presidente da República Portuguesa (2013).

Desta vez, a cerimónia decorre na Casa do Roseiral, no Palácio de Cristal, e as medalhas da cidade têm como objetivo distinguir pessoas singulares ou coletivas que se notabilizam pelos seus méritos pessoais ou feitos cívicos. Da lista de medalhados de Mérito – Grau Ouro, fazem ainda parte nomes como Júlio Machado Vaz e Isabel Alves Costa (a título póstumo) ou instituições como o Balleteatro.