Os refugiados estão na ordem do dia a nível mundial e no Porto o assunto também não passa indiferente. Assim, a invicta foi uma das cinco cidades portuguesas a unir-se ao movimento europeu “#EuropeSaysWelcome: European Day of Action for Refugees“, que pretende mobilizar dezenas de milhares de pessoas “em solidariedade com os que fogem da guerra, da violência e da miséria”.

O protesto a nível europeu acontece já este sábado, 12 de setembro, e quer mostrar aos refugiados que estes são bem-vindos aos países europeus e nem todos estão contra a sua chegada. “Não podemos permanecer em silêncio enquanto os nossos políticos e os meios de comunicação estigmatizam esses homens, mulheres e crianças como ameaças e encargos. Não podemos deixar que os nossos governos fechem todas as nossas fronteiras e construam cercas para manter as pessoas em necessidade fora. Isto não é o que a Europa deve ser”, lê-se no apelo.

PAR – Plataforma de Apoio aos Refugiados

Esta quarta-feira, 9 de setembro, foi apresentada no Porto a Plataforma de Apoio aos Refugiados, no Porto. Criada por “várias organizações da Sociedade Civil Portuguesa”, pretende “ajudar a minimizar o impacto da grave crise humanitária que se vive atualmente a nível mundial”. “Inclui duas áreas de atuação: uma focada no acolhimento e integração de crianças refugiadas e das suas famílias em Portugal e outra focada no apoio aos refugiados no seu país de origem”. Algumas das organizações envolvidas são a Cáritas Portuguesa, o Conselho Português dos Refugiados, a Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade (CNIS), Comissão Nacional justiça e Paz, Instituto de Apoio à Criança, UNICEF Portugal, Instituto P. António Vieira, Obra Católica Portuguesa das Migrações, Serviço Jesuíta aos Refugiados, entre outras.

No Porto, o ponto de encontro é na Avenida dos Aliados, às 15h (com duração prevista até às 17h). A todos os que queiram participar, é lançado o desafio de levar “uma mensagem de BOAS VINDAS À EUROPA!” numa folha A4. Para além disso, são ainda convidados a, caso seja possível, levarem “um bem essencial”, de preferência de longa duração. “Os bens recolhidos serão posteriormente separados por categorias, divididos e entregues à recém criada Plataforma de Apoio aos Refugiados”.

Para além disto, são várias as instituições da cidade que já se manifestaram em solidariedade. O lucro da bilheteira a Torre dos Clérigos referente à primeira quinzena, por exemplo, vai reverter para o apoio aos refugiados. “Há momentos em que partilhamos o que nos sobra e outros, como agora, em que devemos partilhar mesmo aquilo do que nos faz falta”, disse, em entrevista à Lusa, o presidente da Irmandade dos Clérigos, padre Américo Aguiar. Também a Santa Casa da Misericórdia do Porto se mostrou disponível para receber refugiados da atual crise humanitária.