Decorreu esta segunda-feira a apresentação da programação do FIMP’15 – Festival Internacional de Marionetas do Porto. Este evento, que regressa ao Rivoli passados nove anos, assinala a sua 26.ª edição com uma programação variada que conta com quatro espetáculos em estreia absoluta e outros três em estreia nacional. Raul Constante, diretor artístico do FIMP, destaca o “incremento de internacionalização” no festival, que “conta nesta edição com a colaboração de sete países, mais dois do que no festival anterior”. A programação vai ser dividida por nove espaços na cidade do Porto.

Com um orçamento global de 180 mil euros, uma das grandes novidades nesta edição do FIMP é a atribuição da primeira Bolsa de Criação Isabel Alves Costa, uma parceria entre as Comédias do Minho, o FIMP e o Teatro Rivoli, e que pretende continuar nas próximas edições. O projeto vencedor foi o espetáculo “Transportadores”, autoria da companhia Radar 360º, residente no Teatro Municipal do Porto. Este espetáculo, com estreia absoluta, vai servir como cerimónia de encerramento desta edição do festival e sobe ao palco nos dias 16 e 17 de outubro, às 21h30, no Rivoli.

Além do espetáculo de encerramento, Tiago Guedes, diretor do Teatro Municipal do Porto – Rivoli e Campo Alegre, destaca o espetáculo de abertura do FIMP, que se intitula “Mystery Magnet”. Uma estreia nacional e que Guedes considera “um dos melhores espetáculos desta temporada”. Está em palco dias 9 e 10 de outubro, no Rivoli, às 21h30.

Para além do espetáculo de encerramento, existem mais dois espetáculos em estreia absoluta: “Barba Azul”, do Teatro de Marionetas do Porto, e “Escombros”, de Joclécio Azevedo. A primeira peça vai estar em cena no Teatro de Marionetas do Porto e a segunda vai a palco no Teatro Carlos Alberto. Os espetáculos são nos dias 16 e 17 de outubro, pelas 16h. Em estreia nacional está o espetáculo “Não Sei o que o Amanhã Trará”, da companhia Limite Zero, em cena no Teatro Municipal Campo Alegre, nos dias 15 e 16.

CPF é parceiro do festival

O Centro Português de Fotografia (CPF) é um dos convidados mais antigos do FIMP. Bernardino Castro, diretor de serviços do CPF, declara que esta colaboração “já começa a ser uma tradição”. Este espaço alberga a exposição fotográfica “Autoportraits”, de Vladimir Nikolic, de 9 a 18 de outubro. Este artista fotografa a grelha de automóveis e fotografa-se a si mesmo imitando a expressão dessas mesmas grelhas. Uma prova de que “nós e os objetos que nos rodeiam imitamo-nos mutuamente”, informa Igor Gandra.

Também em destaque está “Insomni”, dos Playground, que explora “as relações entre o corpo do intérprete e objetos do quotidiano” e “a possibilidade de relacionamento entre matéria e corpo”, declara Igor Gandra, diretor artístico do FIMP. Em cena nos dias 10 e 11, no Teatro Municipal Campo Alegre, às 21h30.

O festival vai ter espaço para os chamados Work in Progress, “mostras curtas de projetos seguidas de conversa entre artistas e público”. Este ano, o FIMP vai contar com a presença de Marie Magalhães com o projeto “Miss Lu”, dedicado ao universo feminino (dia 14); a mostra “Nicolau”, dos Historioscópio (dia 15), e a mostra de Luísa Natário com o nome gráfico “_ _ _ _ _ / _ _ _ _ _ / _ _ _ _ _ _ _ “, que se concentra no pensamento sobre o Tempo, “através de uma exploração espontânea da relação que estabelece um corpo com os mais diversos materiais” (dia 16). Todas estas atividades vão ter lugar no Teatro de Ferro.

Uma edição “mais leve e frutífera”

A Junta de Freguesia do Bonfim acolhe o Ciclo de Cinema Documental “Marionetas do Mundo”. Este ciclo de quatro filmes conta com três reexibições, porque estes não voltaram a ser exibidos em Portugal. “O facto de estes terem sido vistos por algumas dezenas de pessoas no ano passado, não significa que eles não voltam a ser interessantes”, refere Igor Gandra.

Os workshops também vão ter o seu lugar. “A Memória dos Objetos”, de Xavi Bobés, ocorre ainda antes do início do FIMP. Nos dias 7 e 8 de outubro, no Teatro de Ferro, esta atividade vai permitir “a reflexão sobre as memórias de cada um a partir de um convívio mais íntimo com os objetos, tendo como eixo um conjunto de técnicas de manipulação”.

Outra das grandes atividades promovidas pelo FIMP é o UNIMA MED, de Alberto Bagno. Igor Gandra anuncia que ” A UNIMA é a União Internacional dos Mariotenistas e uma das mais antigas associações mundiais em funcionamento. A missão de Bagno é promover a criação de centros UNIMA onde eles não existam, nomeadamente nos países mediterrânicos e no Golfo Pérsico”. “Este projeto diz-nos alguma coisa num momento histórico em que vivemos, em que o Mediterrâneo é conhecido pelas razões que sabemos, pelas guerras que por lá se passam e pelo êxodo que chega às costas da Europa”.

Paulo Cunha e Silva, vereador da Cultura da Câmara Municipal do Porto, revela que o apoio dado pelo município a este evento é muito maior do que em anos anteriores, com um reforço de “mais 450%”, e que o festival servirá para promover o “Porto como cidade turística mas com dimensão cultural”. Já Nuno Carinhas, diretor artístico do Teatro Nacional São João, revela que esta edição do FIMP é “mais leve e frutífera”.