A segunda edição do Fórum do Futuro está mesmo a chegar. Nesta versão 2015, o evento irá contar com 20 conferências distintas que irão incluir quase 60 participantes. Entre 4 a 8 de novembro, o ciclo irá ocupar lugares conceituados da cidade do Porto como o Teatro Municipal Rivoli, o Teatro Nacional São João, o museu de Serralves ou ainda a Casa da Música.

Paulo Cunha e Silva, vereador da cultura da Câmara do Porto, falou com o JPN sobre o evento. Quando questionado sobre a sua génese, o mesmo conta que surgiu no âmbito do projeto eleitoral da candidatura de Rui Moreira nas eleições autárquicas. “Tinha sido apresentado como uma promessa que nós concretizamos na área da cultura”, prossegue. Por “estarmos sempre a falar sobre o futuro e nada sabermos sobre ele”, surgiu a ideia. Por isso, Paulo Cunha e Silva achou interessante criar um evento que abordasse este tema num patamar de conhecimento. Sobre o nome do evento propriamente dito, a organização foi buscar a inspiração foi à cidade de Davos, onde se realiza o “World Economic Forum”. O vereador explica que “a ideia era transformar o Porto numa espécie de ‘Davos do Futuro’, aplicar o mesmo conceito mas em vez da economia, seria para o conhecimento”. A ideia é “usar a cidade como plataforma para o futuro”.

Esta edição, em relação à primeira, é mais “concentrada” pois decorre em cinco dias em vez de oito. Não será isso um indicador de pioria de qualidade, “antes pelo contrário”. O próprio vereador admite que aumentaram em termos absolutos o número de participações o que leva a haver mais conferências por dia em menos dias. Para o próprio, o evento é uma demonstração da procura pelo conhecimento que espera atrair, por exemplo, jovens e sublinha a sua importância. “Espero que os estudantes adiram. Isto é para aumentar a massa crítica da cidade. A massa crítica transforma-se sobretudo através da sua massa estudantil”, revela.

Este ano, o tema central é o da felicidade. “Em todas as palestras irá falar-se do tema, de alguma forma”, assegura Paulo Cunha e Silva. Para ele, o cartaz que a Câmara do Porto conseguiu juntar é adequado para cumprir esse propósito. Deu ainda destaque a algumas das iniciativas como a criação de uma “obra de arte ao vivo”, a acontecer na conferência do artista Rirkrit Tiravanija ou a palestra de Aaron Ahuvia sobre o conceito de “brand love“, que irá abordar a ligação existente entre seres humanos e objetos. A participação de um galardoado do prémio Nobel, através de John C. Mather, é também algo a que o representante dá grande valor. Sobre a construção do cartaz, não deixou de referir a importância do envolvimento da Universidade do Porto (UP). “Parece-me particularmente oportuna a relação da UP com este fórum que é um fórum que se organiza pelo conhecimento, já que a principal estrutura de fomento de conhecimento no Porto é a UP”, assegura o vereador da cultura. Prossegue ao atribuir crédito a professores como “Bertolami com o seu contacto, John C. Mather” e a “professora Fátima Vieira que estabeleceu contacto com Lipovetsky”.

Entrada

O evento não tem custo de entrada nem de inscrição mas está limitado à capacidade das salas para cada conferência. Desta forma, se pretender assistir às mesmas, deverá levantar bilhete no próprio dia da conferência. Cada pessoa está limitada à possibilidade de levantar apenas dois bilhetes.

A totalidade do programa desta segunda edição do Fórum do Futuro está disponível aqui.

Quem irá possuir as honras de abrir o Fórum serão Wolfgang Tillmans e precisamente o físico John C. Mather, ambos no dia 4 de novembro. O fotógrafo irá discursar às 18h30 no auditório do museu de Serralves sobre “A Felicidade sem título”, enquanto o prémio Nobel da física de 2006 irá inaugurar o Grande Auditório do Teatro Rivoli às 21h30. Esta será uma conferência moderada pelos professores Orfeu Bertolami (Universidade do Porto), que procedeu ao convite do Nobel, e Carlos Fiolhais (Universidade de Coimbra).

No dia seguinte, estarão disponíveis três conferências distintas, todas no Rivoli. Às 16h30 o público poderá ouvir o investigador Aaron Ahuvia para falar sobre a sua pesquisa e dará lugar às 18h30 ao arquiteto indiano Bijoy Jain, que fundou o famoso Studio Mumbai. O destaque para esse dia será a conferência dada pela atriz Sasha Grey, às 21h30, no grande auditório com o tema “O Prazer na Arte”, conferência que será realizada em conjunto com o artista Julião Sarmento.

O dia 6 será um dos dias mais cheios do Fórum do Futuro pois irão decorrer cinco conferências distintas no Teatro Municipal. Nomes como o curador canadiano Mirko Zardini (16h30), o “compositor paisagístico” Pierre Sauvageot (18h30), ou o artista argentino, destacado pelo vereador, Rirkrit Tiravanija (21h30). Além desses, o dia também será forte em relação à área da música por contar com participações de músicos como a violonista Ianina Khemlik (23h30) também no Rivoli ou os britânicos Matthew Peacock e Paul Griffiths na Sala 2 da Casa da Música (18h30).

Sábado 7 de novembro representa o segundo dos dias mais cheios deste ciclo, onde também irão decorrer cinco conferências nos espaços do Teatro Municipal Rivoli. Dessas, destacam-se as sessões com a canadiana Phyllis Lambert (18h30), o filósofo francês Gilles Lipovetsky (21h30), ou ainda uma performance do alemão Florian Hecker (23h30). Além dessas, será possível assistir durante a tarde a uma performance que contará com a poetisa portuguesa Matilde Campinho, o filósofo Sousa Dias e o romancista Frederico Lourenço às 16h no Teatro Nacional São João.

Para finalizar o fórum, o Teatro Rivoli irá receber as três últimas sessões do fórum no domingo 8 de novembro. A primeira sessão do dia, às 14h30, terá como personalidade de interesse o investigador eclético Nico Carpentier, que irá falar sobre a felicidade social. Continuando este tema, estará depois o painel de arquitetos Camilo Rebelo, Leonor Macedo e Pedro Guedes, Marta Brandão e Mário Sousa e Pedro Bandeira às 16h30. Para terminar este ciclo de conferências, o público poderá ouvir o desginer Stefan Sagmeister às 21h30, co-fundador da famosa empresa de design nova-iorquina Sagmeister & Walsh, responsável inclusive pelo rebranding da EDP.

A Universidade do Porto (UP), como já foi referido, estará representada nesta segunda edição do Fórum do Futuro, ao contar com a participação de imensos professores, ex-professores e outros membros da própria. “A UP participa seriamente, de uma forma discreta, através de vários docentes que irão estar presentes no programa”, indica Paulo Cunha e Silva. Entre esses, incluem-se Eduardo Souto Moura (dia 5, Rivoli, 18h30), Alexandre Quintanilha (dia 7, Rivoli, 14h30), Afonso Pinhão Ferreira e Joaquim Gabriel Mendes (dia 6, Rivoli, 23h30), Fátima Vieira (dia 7, Rivoli, 21h30) ou ainda Cristina Queirós com Ana Aguiar (dia 6, Rivoli, 14h30) são os nomes sonantes que irão representar a universidade com as suas participações em algumas das palestras mais importantes.

“Esta associação parece-me particularmente fecunda e eu desejo que no futuro seja cada vez mais”, concluiu o vereador da cultura da Câmara.