“Ainda é tudo muito fresquinho”. KOA, alcunha que adotou desde criança, lançou o seu projeto musical há dois anos e em junho de 2015 apresentou o seu primeiro trabalho ao público. A artista é natural de Valongo, mas desde cedo começou a fazer da Invicta local de passagem, uma vez que estudou na Escola Superior de Artes e Design (ESAD) em Matosinhos, onde atualmente reside.

A música desde cedo que faz parte da vida da artista. Logo na escola primária teve acesso ao conservatório de música e foi aí que tudo começou. “Foi lá que os professores descobriram a minha aptidão para a música, para tocar vários instrumentos, que tinha muito bom ouvido, e então desde aí sempre acompanhei instrumentos musicais”, lembra.

Ainda assim, por volta do sétimo ano teve de sair do conservatório, mas não foi isso que a parou. Continuou ligada ao mundo da música, através de pequenas atuações em festas e da participação em algumas “bandas de garagem”. Mas isso não foi suficiente.

Após ter terminado a licenciatura em Design de Interiores na ESAD e ter começado a trabalhar, KOA sentiu que faltava alguma coisa. “Percebi quando fui trabalhar que não bastava ter um trabalho, que me faltava mais qualquer coisa: lá está, o nosso sonho. Então depois de ter feito o investimento e ter falado com algumas pessoas, fizemos um projeto com pés e cabeça porque achavamos realmente que era bom, que era uma coisa nova no mercado. Sabíamos que teria o seu esforço, mas eu tinha que apostar”, explica a artista. “Mais vale me arrepender daquilo que fiz, do que daquilo que não fiz”, garante KOA.

A teimosia, o mistério e a afirmação

Mas porquê KOA? A artista, que quis manter o secretismo à volta do nome verdadeiro, explica ao JPN que foram as irmãs a dar-lhe a alcunha. “Eu quando era pequenina tinha um pequeno vício, que era em vez de cumprimentar as pessoas como normalmente se cumprimenta com dois beijinhos ou aperto de mão normal, eu simplesmente abraçava as pessoas de tal forma que parecia um koala agarrada às árvores”, desvenda a artista, entre risos. A partir daí ficou koalinha. “À medida que o tempo passa, koalinha já não se enquadrava e ficou só koa”, graceja. Para além de manter a sua identidade no segredo dos deuses, também o faz em relação à sua idade. De acordo com a artista, KOA tem dois anos, a idade do projeto.

Não é só o secretismo que a define. A artista conta que desde cedo é conhecida por ser teimosa e talvez tenha sido essa característica que nunca a deixou desistir. “Mesmo na universidade, cada vez que fazíamos projetos, os meus professores gostavam de dizer que eu era a aluna teimosa que eles tinham, mas era uma teimosia boa porque conseguia sempre chegar onde queria”, justifica. O que é certo é que essa teimosia e o “bater o pé” se traduz no trabalho musical que apresenta.

KOA é também uma feminista assumida. A artista é da opinião que as mulheres precisam de  “ganhar asas” e não se deixarem levar pelas situações de submissão de que são, muitas vezes, alvo. KOA acredita que é essencial defender os direitos das mulheres e isso passa pela sua afirmação. “Mas é tudo qb, nada de exageros, sinto-me feminista porque uma mulher tem muito poder, mas é preciso ter coragem para erguer a voz e se assumir como tal”, aponta.

É também essa a mensagem que pretende transmitir com o seu novo trabalho. “Bit my Hook” (ver em baixo), lançado no mês de outubro, conta com a participação do já conhecido artista portuense Jimmy P e pretende mostrar que as mulheres também têm poder face aos homens. “Eu falo da parte não romântica do relacionamento na música, falo da parte física do relacionamento, ou seja, para mim vejo-a como a parte divertida, a parte engraçada, a parte onde podemos puxar um bocadinho pela imaginação”, explica.

Tendo como grande influência o R&B e como inspiração a Missy Elliot, KOA pretende ter um estilo nesse registo. “Vamos manter este estilo muito dançável e muito show off, tanto para os olhinhos como para os ouvidos”, aponta. A artista conta já com uma participação no festival MEO Marés Vivas deste ano e após o lançamento do novo single, revela que “em breve” haverá novidades.

O primeiro trabalho discográfico de KOA foi produzido pela Soundtrap com masterização partilhada entre Madrid – Mastering Mansion – e Nova Iorque por Tom Coyne, conhecido por trabalhar com nomes conhecidos da indústria.

Ainda que o trabalho seja recente, a artista do norte diz que tem recebido, nas redes sociais, muitas mensagens de apoio e carinho.