Veículos antigos, diferentes e muito coloridos foram, uma vez mais, destaque na praça Parada Leitão, junto à Reitoria da Universidade do Porto, no primeiro domingo de novembro. Os carros dos membros e simpatizantes do Volkswagen Ar Clube de Portugal (VWARCP) fizeram as delícias dos turistas e curiosos, que não perderam uma oportunidade para os fotografar.

E é assim a cada primeiro domingo de cada mês. A conhecida praça dos Leões é transformada numa verdadeira exposição de clássicos e entre os mais apreciados estão os conhecidos “carochas” e as “pães de forma”. Numa era em que a potência, conforto e design dos automóveis está cada vez mais desenvolvida, assiste-se a um maior interesse e valorização dos modelos antigos.

Para tentar compreender esta paixão, o JPN esteve à conversa com Arlindo Silva, presidente do clube Volkswagen, que não deixa passar em branco cada dia da iniciativa. Para Arlindo e para a maior parte dos membros do clube, o “amor ao carocha” é algo inevitável, uma vez que é um carro que ultrapassa o tempo. “Foi o nosso primeiro carro. Era o nosso carro de trabalho e esteve lá nas alegrias da vida”, relembra.

O que é certo é que o conhecido “carocha” é um carro de sucesso entre os portugueses. De acordo com o presidente do clube, isto acontece porque o automóvel “foi criado para o povo, custava 750 escudos e, como o povo português nunca foi de grandes fortunas, optou por este carro para o dia-a-dia. Enraizou-se nele e hoje já não o dispensa por nada”.

Ainda assim, para Arlindo Silva o carro é bem mais do que isso. Acaba por ser uma companhia e também o motivo para estes encontros acontecerem. “Faz parte da família. Não é só um automóvel na garagem”, conta. Segundo o presidente do VWARCP  “o carro é o mote, mas não o fim” do encontro e refere que o objetivo é a partilha de informação sobre os carros e “a amizade que se nutre pelas pessoas que comparecem”.

Sobre a manutenção de um clássico, Arlindo Silva diz que apesar das peças serem “caríssimas”, os membros do clube acabam por não ver os carros como um custo. “Para nós não são custos, são investimentos, porque estes carros valorizam de dia para dia”, indica.

O presidente do VWARCP admite que quando compravam os carros tinham “tendência para os transformar, pôr rodas mais largas – coisas da juventude”.  No entanto, atualmente, valorizam mais os carros originais. Arlindo considera que esse é um dos chavões do clube. “Felizmente hoje, de entre 800 associados por todo o país e em Espanha, no parque automóvel do clube temos carros 100% originais”, afirma o amante de automóveis.

O VWARCP foi fundado em março de 1992 com sede em Viana do Castelo com o objetivo de promover o “Volkswagen refrigerado a ar, património mundial da indústria automóvel”, como se pode ler no site oficial.

Aliado a este objetivo, Arlindo Silva afirma que como não podem andar com eles todos os dias, fazem encontros. Assim, os clássicos preenchem a praça Parada Leitão, no Porto, a cada primeiro domingo de cada mês. À primeira sexta-feira de cada mês é em Ermesinde que a concentração acontece.

A concentração dos clássicos do Volkswagen Ar Clube de Portugal surgiu por iniciativa do clube em parceria com a Câmara Municipal do Porto.