O futuro “Museu da Notícia” será instalado na vila de Sintra e tem abertura prevista para março do próximo ano. Irá possuir um espaço físico e um virtual. Pretende ser um museu moderno e interativo, a funcionar como um agregador de conteúdo noticioso, de forma a representar um repositório e núcleo de estudo empírico sobre o mundo dos media e das notícias. O acordo celebrado entre ambas instituições irá promover o reconhecimento das personagens e dos mecanismos do sistema mediático nacional e internacional enquanto tentará simultaneamente ajudar a enquadrar a História recente a partir dos relatos de jornais, rádios, televisões e media sociais.

Assim, Luís Paixão Martins veio até à cidade Invicta para celebrar o protocolo entre a Universidade do Porto e o novo projeto, aproveitando para dissertar um pouco aos alunos presentes sobre a sua área predileta, a assessoria. Falou no estado das relações públicas atualmente, considerou a sua evolução do passado até agora e projetou o seu futuro. Abordou o papel da assessoria no geral, dos seus profissionais, e discutiu ainda sobre a própria indústria dos media e dos seus consumidores.

“O News Museum é um projeto de responsabilidade social”

Ao JPN, Luís Paixão Martins explicou melhor a ideia atrás do conceito de News Museum. “O News Museum é um projeto de responsabilidade social”, afirmou. Considerou o projeto como sendo “coerente” que beneficia pelo facto do próprio ter tido uma atividade relacionada com os media durante décadas.

Dois livros já disponíveis

Luís Paixão Martins e o News Museum aproveitaram a ocasião para promover os dois primeiros livros editados e publicados pelo Museu através da Chiado Editora.O primeiro é um “Novo Dicionário da Comunicação”, livro mais teórico com conteúdos próprios da área dos media e,como o nome indica, da comunicação. Já o segundo é uma biografia do próprio, intitulada “Tinha tudo para correr mal”.

Com os fundos adquiridos pelas vendas dos livros pretendem continuar a financiar o futuro museu.

Quanto ao objetivo principal do futuro Museu, Luís Paixão Martins assumiu o mesmo como sendo o facto de “permitir o contacto experimental” com processos de comunicação e a “promoção” dos mesmos.”É um agregador de episódios passados, mas os episódios são contados sob a perspetiva dos media”, revelou.

Sobre as atrações que estarão disponíveis, mencionou que o Museu iria ter “sobretudo conteúdos digitais” que permitam “conhecer História”, sobretudo de Portugal mas da do planeta. O projeto irá contar com outros aliados de peso do universo das notícias e dos meios de comunicação, estando por exemplo José Rodrigues dos Santos, da RTP, a trabalhar no desenvolvimento do espaço referente ao “Jornalismo de Guerra”.

Por fim, falando sobre a parceria com a UP, o responsável afirma que os estudantes “estão convidados para poderem frequentar os espaços de educação do Museu” quando este abrir. A colaboração com a universidade irá facilitar o acesso às instalações, especialmente nos sistemas educativos. “Vamos permitir aos alunos da UP um contacto com o mundo dos media nos temas de proximidade com eles.”

“Ligar os estudantes do curso de Ciências da Comunicação ao mercado de trabalho”

A Universidade do Porto e em particular a sua Faculdade de Letras, casa principal dos cursos de comunicação da UP, têm interesse em tornarem-se membros integrantes do projeto com a formação de uma parceria entre ambas instituições. Em termos concretos, esta parceria pretende desenvolver projetos de investigação, ações de divulgação na área da comunicação e a criação de estágios profissionais no News Museum para alunos ou recém-licenciados da UP.

Ja durante a sessão, Fernanda Ribeiro, diretora da FLUP admitiu que o “reforço deste tipo de relações” com empresas e instituições profissionais é “fundamental”, valorizando a “ligação da FLUP com o exterior” e admitindo por isso estar “grata” com a celebração do acordo. A parceria, que teve na sua origem o professor Vasco Ribeiro, pretende como objetivo principal “ligar os estudantes do curso de Ciências da Comunicação ao mercado de trabalho”.

Segundo a diretora de Letras, em conversa com o JPN, esta é “uma oportunidade para terem espaço de estágios”, para terem uma “aproximação ao mercado” de trabalho  e uma “experiência ao nível profissional” que é “sempre fundamental” para quem faz um curso com aplicação prática. Esta parceria, com grande enfoque nas áreas das Relações Públicas, Comunicação Empresarial e Assessoria, pretende ajudar essa variante do curso de Ciências da Comunicação, especialmente para a altura do terceiro ano, com os estágios. “Este protocolo abre portas para diversificar a rede de instituições de estágios”, revelou a diretora. Acrescentou ainda esperar que outras empresas se juntem ao projeto e esse ser um dos objetivos da direção da faculdade. “Vamos seguir nesse sentido”, garantiu Fernanda Ribeiro.

Carlos Melo Brito, pró-reitor do empreendedorismo e inovação, destacou durante a sessão o caráter “essencial” da Comunicação para a Universidade. Também à conversa com o JPN, notou o quadro grande de parcerias que a UP tem vindo a desenvolver em todos os níveis. “Temos de ter em consciência uma coisa: a Universidade do Porto é um dos atores mais importantes dentro da área do Porto”, sublinhou o mesmo, revelando a necessidade da universidade de assumir essa mesma responsabilidade. “Este acordo que foi hoje assinado reflete exatamente isso. É bom para a universidade, é bom para os alunos, e também para o News Museum, que adquire um parceiro de peso”, assegurou o pró-reitor.

Presentes na sessão aberta no Salão Nobre da reitoria da Universidade do Porto (UP) estiveram o professor Vasco Ribeiro, a atual diretora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) Fernanda Ribeiro, o pró-reitor pelo empreendedorismo e inovação Carlos Melo Brito e o convidado de destaque da manhã, Luís Paixão Martins. Este último é considerado um dos “pais” da indústria das relações públicas em Portugal através da sua empresa LPM Comunicação, e é o presidente da Associação Acta Diurna, associação criada com o propósito de gerir o News Museum.