A segunda edição do festival Porto/Post/Doc já começa a delinear os últimos contornos. Após a apresentação da programação na passada quarta-feira, o festival internacional de documentário e cinema do real do Porto vai levar Teatro Rivoli, Passos Manuel e Maus Hábitos mais de 70 filmes vindos de todo o mundo, com 26 nacionalidades diferentes. Essas peças chegam de locais tão longínquos como China, Argentina ou Lesoto. O lema para esta edição é “as nossas histórias são reais“.

Tendo como um dos seus temas gerais “teenage”, este tema da adolescência irá ter o seu ciclo específico, com a exibição de 17 filmes de forte presença portuguesa, com nove curtas nacionais inseridas no ciclo. A juntar-se às peças portuguesas estão filmes oriundos de países como a Noruega, Holanda ou Dinamarca. Todos abordam, de uma maneira ou de outra, as dificuldades sentidas pela transição entre a infância e a idade adulta, na procura do seu próprio ser. Destaca-se neste ciclo a exibição do filme “The Wolfpack“, de Crystal Moselle, que venceu o aclamado Sundance Film Festival este ano na categoria de documentário.

Porto/Post/Doc

O Porto/Post/Doc está no Porto há dois anos com uma programação regular, intitulada “Há Filmes na Baixa!”.

O ciclo, de cariz semanal, atraiu só durante o ano de 2014 mais de 1260 pessoas em 32 sessões. Para este ano, a organização aumentou as sessões para 40 e notou um aumento de adesão por parte do público, pois recebeu mais de 1800 espetadores nas suas sessões.

No caso do festival propriamente dito, o Porto/Post/doc exibiu, na edição passada, mais de 50 filmes dos quais 19 eram portugueses. Nas 70 sessões realizadas, somaram no total cerca de 6300 espetadores. Para a edição de 2015, serão novamente 19 os filmes portugueses apresentados, aos quais se vão juntar mais 30 filmes europeus (não portugueses) e 21 filmes de outros lugares, para totalizar 70 filmes diferentes. Desses, 44 serão estreias, das quais 11 serão mesmo estreias mundiais.

Outro dos destaques do festival será a competição internacional de documentários onde estarão mais de 12 peças documentais em concurso.  Há dois filmes portugueses no lote de concorrentes. O primeiro intitula-se “Portugal – Um Dia de Cada Vez” de por João Canijo e Anabela Moreira. O segundo, da autoria de Catarina Mourão, tem o nome “A Toca do Lobo”.

Durante essa semana, irão também decorrer três homenagens distintas a serem realizadas durante o festival. Uma dessas homenagens irá recair sobre a obra de Thom Andersen. Serão exibidas sete das suas realizações, nos dias 3, 6 e 7 de dezembro. Outra das homenagens será ao cineasta independente americano Lionel Rogosin, que trabalhou nas décadas de 50 e 60 e onde realizou vários documentários. Três destes trabalhos serão apresentadas ao público do Porto/Post/Doc, nos dias 5, 7 e 8 de dezembro. A última das homenagens será dirigida à cineasta belga Chantal Akerman, que faleceu no passado dia 5 de outubro. Para recordá-la, serão visitadas três obras suas serão, nos dias 1, 3 e 7.

Em simultâneo com os eventos principais do festival irão decorrer várias atividades. O “Carte Blanche“, que já tinha acontecido o ano passado, vai repetir-se nesta segunda edição. Nesse programa, o Porto/Post/Doc deixa entidades ou personalidades escolherem os filmes a serem exibidos. Este ano, pediram ao festival contemporâneo Les Rencontres Internationales para escolher cinco peças e outras três ao crítico de cinema Dennis Lim. Outro dos programas tem por nome “Cinefiesta“, e dará lugar a cinema documental realizado de forma total ou parcial em Espanha, num total de seis filmes. No mesmo estilo, mas celebrando desta vez cinema de língua portuguesa, será o programa “Cinema Falado“. Destaca-se para este ano a exibição de um filme de Manoel de Oliveira neste âmbito, intitulado “Porto da Minha Infância”.

Como o festival não poderá consistir apenas em exibições, também será realizado o “Fórum do Real”. Este consiste num espaço de debate com mesas redondas a serem realizadas no decorrer do dia 4 de dezembro. As mesas irão ser espaços de discussão sobre a estrutura contemporânea do documentário e como se representa o imaginário de forma documentada. Nessas conversas estarão presentes pessoas de relevância como António Pinto Ribeiro, Catarina Mourão, Lois Patiño e Manolo Gonzalez, além de programadores de vários festivais internacionais como o Sundance, o FID Marseille ou o Les Rencontres Internationales.

O ciclo “Transmission” também se alinha um pouco nesse pensamento. Procurando analisar a mistura entre cinema e música, serão exibidos documentários sobre música, mas também será nesse programa que estarão incluídas várias festas. Com pelo menos uma por dia a decorrer no espaço Passos Manuel, terá a presença de vários dj’s e outros projetos musicais variados a marcar presença, nacionais e internacionais. Quase todas irão iniciar-se às 23h30, à exceção da festa do 25º aniversário da Matéria Prima, que começa às 23h59 do dia 4 de dezembro. Haverá também uma festa a decorrer no Maus Hábitos, de DJ Astrokid às 18h30 do dia 6.

Estão disponíveis para todos os interessados no festival toda a informação sobre o programa aqui. Caso prefira analisar os conteúdos a serem apresentados de forma diária, também será possível de o fazer, ao seguir este link que disponibiliza essas informações.