Na noite da passada quarta-feira, dia 25 de novembro, o Coliseu do Porto abriu portas e encheu para receber as cerca de três mil pessoas que se juntaram para celebrar o aniversário de uma das faculdades mais antigas da Universidade do Porto (UP). Para além de figuras ilustres da área da medicina, a celebração contou também com o presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Moreira.

A verdade é que a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) se tornou uma das faculdades líderes a lecionar medicina em Portugal. Em conversa com o JPN, a diretora da faculdade, Maria Amélia Ferreira, indicou que a mesma representa “a liderança, em termos institucionais, naquilo que é a formação, a investigação e a criação de valor na área da saúde”.

Uma vez que a gala tratou de homenagear e congratular uma história de 190 anos, para a diretora de Medicina, importante foi referir também as pessoas que por lá passaram, que deixaram um legado importante. “Nós temos responsabilidade, neste momento, de reconhecer e projetar fundamentalmente a FMUP para o futuro, um futuro que tem de ser bem estruturado, que tem de estar num contexto muito competitivo a nível internacional”, reforçou a diretora de Medicina.

Maria Amélia Ferreira falou também do universo de 2885 alunos da faculdade e definiu-os como “extremamente cultivados, extremamente exigentes”. Adiantou ainda que os estudantes “exigem do corpo docente a maior qualificação” e que estão conscientes que a FMUP “os prepara não para uma carreira, mas para um futuro”. É de relembrar que, no ano de 2015, a Faculdade de Medicina sagrou-se a instituição com a média mais elevada no acesso ao Ensino Superior.

“A faculdade está muito bem hoje e espero que amanhã esteja melhor do que hoje”, estes foram os votos do reitor da UP, Sebastião Feyo de Azevedo que, como seria de esperar, também marcou presença no Coliseu. O reitor indicou ao JPN que faculdade de medicina “é talvez a área mais consolidada e mais antiga”, uma vez que começou a sua atividade no início do século XIX, e que “tem obviamente uma trajetória absolutamente notável e uma visibilidade nacional excecional, motivada pela qualidade dos serviços que presta à sociedade”.

Para além de líder no ensino, a FMUP tornou-se também uma referência na investigação. Assim, a presença do presidente do Conselho Administrativo do Hospital de São João (HSJ) foi também notada. “Este ano aconteceu um evento notável, que foi a criação do Centro Universitário de Medicina que junta, debaixo da mesma direção, o Hospital de São João e Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, um passo muito importante a caminho do verdadeiro hospital universitário, que só existirá quando tivermos uma só instituição”, referiu António Ferreira, em conversa com o JPN.

“Um hospital universitário tem a mais valia de juntar assistência aos doentes, investigação e ensino que fazem ferver a curiosidade e aguçar a procura de conhecimento”, acrescentou. Esta unidade de ensino promove atualmente 306 projetos científicos, cujo financiamento provém de fundos comunitários europeus da Fundação para a Ciência e Tecnologia, tornando-se numa das mais importantes referências para a medicina em Portugal.

Também o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, marcou presença nesta gala e não deixou de felicitar a FMUP. “É uma honra para o Porto, uma honra antiga, porque já levamos muitos anos disto e porque aqui da faculdade têm saído alguns médicos com renome mundial que permite que, por causa disso, tenhamos três magníficos hospitais [Hospital de São João, Hospital de Santo António e Centro Materno-infantil do Norte], e de facto, é uma marca que a cidade muito preza”, afirmou ao JPN.

Maria Amélia Ferreira prevê que o trabalho do futuro a fazer para manter a honra da faculdade é “manter-se com um caráter de liderança naquilo que são as ciências da saúde com o desenvolvimento de projetos muito relevantes”, entre os quais um Centro Europeu de Medicina Transacional, a criação de um grande Centro de Simulação Biomédica e investigação clínica, como uma área também de excelência naquilo que é a aprendizagem.

Durante a gala em que se celebraram os 190 anos da faculdade, foi premiado o professor José Luiz Amaral, pela Câmara Municipal do Porto, com o título de Cidadão Honorário Porto Cidade da Ciência, por ter contribuído para a expansão da medicina nos países de língua portuguesa, como é o caso do Brasil, que de perto trabalha com a FMUP.

A celebração contou também com momentos musicais de artistas da área metropolitana do Porto. Foi o caso de António Pinho Vargas, Be-Dom – que apareceram cobertos de luzes que lhes marcavam a silhueta, marcando pela diferença – ainda Pedro Abrunhosa, que fechou a gala.

A Tuna Masculina de Medicina do Porto e o Grupo de Fados de Medicina do Porto foram dois dos grupos que atuaram no palco do Coliseu e ainda homenagearam a diretora da faculdade fazendo-lhe uma serenata. “Da última vez que me fizeram isto [serenata] foi para pedir um adiamento da tese, por isso estou para ver o que vem aí”, brincou Maria Amelia, no palco. Na festa atuaram também Tuna Feminina de Medicina do Porto (TUFMED), Coro de Medicina do Porto e o Grupo de Teatro de Medicina do Porto.

Fotografia: Ana Rita Costa

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