No passado sábado, dia 5 de dezembro, Matosinhos recebeu a 3.ª edição do TEDx. O acontecimento contou com mais de 20 atrações, entre palestras, perfomances de dança e momentos musicais. Comandado pelo showman Álvaro Costa, o auditório da Porto Business School tornou-se num templo de criatividade e questionamento, proporcionando aos participantes uma noite inesquecível.

O tema desta edição do TEDxMatosinhosWhat if?” – “E se?” em português – pretendeu colocar a audiência a refletir possibilidades. Como Álvaro Costa gostou de repetir, as conversas deveriam fluir como um “livro de ficção científica”. E fluíram.

No primeiro painel, os oradores expuseram os “E ses?” que mudaram as suas vidas. No primeiro talk, Pedro Mar, professor do método DeRose, contou como a respiração e a tomada de consciência do seu poder de escolha ajudaram a transformar a sua vida. “Deixe de ser fruto da consequência, passe a ser a causa da sua vida”, dizia Mar à plateia. Na sequência, o empresário Paulo Veiga contou a sua trajetória empreendedora. “O meu ‘what if’ foi uma caixa de arquivo”, mencionou. De um tropeço num objeto ordinário, surgiu a ideia que viria a mudar a vida de Veiga. A lição que deixa? “A vida deixa pistas do caminho do sucesso”. Ainda neste clima de mudanças, Sofia Mendes exibiu seu instituto, o Bgreen, que alia educação e consciência ecológica.

Mas talvez a maior surpresa do primeiro painel tenha sido a apresentação do palhaço Rui Paixão. Ator com formação, o clown começou com uma performance, arrancando gargalhadas da plateia. Antes de encerrar, contou a sua história e questionou o que chama de “paradoxo do sucesso”. “Fazemos as coisas para agradar os outros. Só somos felizes quando damos espaço para o que amamos de facto”, indicou.

No segundo painel, mais artes. O bloco começou com a apresentação de Rui Vilhena. O músico apresentou três canções do seu primeiro trabalho em nome próprio – “Forma dos Dias”. Depois, a palavra foi dada ao jovem bailarino Frederico Loureiro. Ele é um dos seis melhores bailarinos do mundo na atualidade e contou que o seu “what if” foi questionar até onde ir pela sua paixão: o ballet. Na sequência, a designer de experiência Fernanda Torre instigou o público lançar-se ao mundo. “O que é diferente nunca assustou Portugal”, disse Torre, que vive há seis anos na Suécia.

O orador seguinte transformou a sua família numa banda animada: o diretor de marketing Fernando Caeiro, administrador da página no facebook “As crianças são muito infantis”. Por que não fazer das suas conversas diárias, com seus quatro filhos, pequenas histórias bem humoradas? Caeiro assim o fez e, em poucos meses, a sua página tornou-se um livro. Depois foi a vez do arquiteto Luís Pedro Silva, que apresentou o projeto inovador do novo porto recreativo que será instalado na cidade. O chef de cozinha Nuno Inverneiro encerrou o segundo painel, contando a sua experiência à frente de restaurantes conceituados. O seu “e se” foi trocar a carreira financeira para, nas suas palavras, “mexer com os sentidos das pessoas”.

O terceiro painel iniciou com uma performance de dança da Companhia Dance Heart. Na continuidade, André Brito veio dar o seu testemunho. “O meu ‘what if’ foi me perguntar como seria viver do meu hobby”. O ex-funcionário público abriu mão da sua carreira para trabalhar com fotografia. “Quando pensei que teria que passar 35 anos ali até minha reforma, decidi que queria mudar de vida”, disse Brito.

As conversas seguiram madrugada adentro, semeando o questionamento e a inovação, seja de emprego, na forma de pensar a cidade e até em como as pessoas se relacionam umas com as outras. A terceira edição do TEDxMatosinhos acabou, mas deixou em cada participante um novo “what if” a ser respondido.

Fotografia: Daniel Schiavoni

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