Solucionar problemas da cidade através de propostas inovadoras. Este foi o desafio que a câmara do Porto lançou aos empreendedores tecnológicos com o projeto "Desafios Porto" que já encontrou os 10 projetos finalistas.

O Porto tem problemas reais que precisam de ser solucionados, mas como? Este foi o desafio que a autarquia lançou aos empreendedores tecnológicos interessados, de modo a aliar a tecnologia à melhoria do dia a dia portuense. Nesta fase do projeto Desafios Porto, a câmara recebeu mais de 100 propostas de resolução de entraves, para dar resposta aos 16 problemas selecionados na fase anterior do processo.

Saúde e Bem-estar, Mobilidade e Ambiente, Cidade Digital e Energia. É dentro destas temáticas que se inserem os problemas colocados, bem como as respostas agora determinadas. Ao todo são dez os projetos escolhidos pela câmara do Porto, que irá desvendar, no início do mês de janeiro, a proposta vencedora para cada uma das áreas.

Tal como na fase de enumeração de problemas, este momento de apresentação de soluções teve uma adesão clara: mais de 100 candidaturas foram tidas em consideração pelo júri, que determinou 10 por entender “ser importante dar a conhecer um conjunto mais alargado de finalistas”.

Para elevar estes 10 projetos à categoria de finalistas, a câmara do Porto considerou algumas máximas fundamentais, como o “impacto que a solução proposta terá na cidade, a sua capacidade de replicação noutros locais e também o impacto que terá no desenvolvimento da empresa que a submeteu”, informa em comunicado.

Dez finalistas, quatro vencedores

Na área da Saúde e Bem-estar, as duas propostas finalistas focam a problemática do envelhecimento e isolamento social. Para dar resposta ao desafio “O Quintal”, a empresa Increase Time apresenta KEEPCARE Mobility, uma ferramenta de apoio aos idosos e pessoas com um elevado grau de dependência, capaz de monitorizar de forma constante e à distância, o estado de saúde e a localização de qualquer pessoa.

Também a empresa SiosLIFE pretende solucionar o mesmo problema com Porto3i, uma plataforma que promove o envelhecimento ativo e a inclusão social com recurso, claro está, à tecnologia. O objetivo é adaptar os mecanismos físicos e digitais às características físicas e intelecuais de cada utilizador, de forma a permitir uma melhor interação e comunicação.

Da teoria à prática

Os quatro vencedores do Desafios Porto serão conhecidos em breve. Mas para colocar as ideias em prática será necessário financiamento, que poderá atingir os 50 mil euros, mediante o plano de trabalhos e orçamento apresentado por cada empresa. Quem assume este financiamento é a câmara do Porto e os seus parceiros – a EDP, NOS e CEIIA (Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel) e ainda a Ernst & Young. Esta última assegura também o apoio de consultoria até 12 500 euros

Já na área da Mobilidade e Ambiente, há três propostas. Uma delas é da empresa NIBBLE que quer desenvolver um sistema que permite, em tempo real, adaptar os semáforos às necessidades das viaturas em estado de emergência. FREEWAY responde, assim, ao desafio “Dar Luz Verde à Vida”. GoGarage e Eyeparking, das empresas Junta Digital e HealthyRoad respetivamente, apresentam propostas no âmbito do “Estacionamento Inteligente” para resolver o problema do estacionamento na cidade do Porto.

Se por um lado GoGarage quer desenvolver uma plataforma web que permita a procura, seleção, reserva e aluguer de garagens em espaços privados, Eyeparking aponta para a utilização de câmaras CCTV para identificar a ocupação de lugares e tipo de estacionamento, de modo a fazer uma melhor gestão dos recursos.

Para resolver os problemas lançados com a temática Cidade Digital surgem também três propostas. Para o desafio “Pagamento com smartphone nos transportes públicos”, a U-concept apresenta pOw. Já a Positive Blue lança GameOn, uma plataforma de análise dos consumos de água, gás, eletricidade, tendências, entre outras vertentes. A empresa Colaborative City Solutions espera, com Cobab.re criar uma aplicação mobile e web capaz de ligar os portuenses à cidade.

Por fim, a área da Energia obtém duas propostas para o desafio “Light Meeting Places”, desenvolvidas pelas empresas ThinkLight e Omniflow. A LightMeetingPlaces, da primeira, combina a “energia fotovoltaica e tecnologia de armazenamento para produzir iluminação selectiva e qualitativa” e a Omniled, da segunda, desafia a criação de um sistema de iluminação inteligente de espaços públicos, alimentado apenas pela energia do vento e do sol.

Criar, inovar e responder aos problemas é o que pretende acâmara do Porto com este projeto de empreendedorismo.