A proximidade das unidades alimentares e a composição da refeição social completa merecem franca aprovação por parte dos estudantes da academia do Porto. Já o tempo de espera na fila e a dimensão das cantinas são os pontos que mais fazem desesperar os alunos.

A Federação Académica do Porto (FAP) revelou, este sábado, os resultados de um estudo que levou a cabo para avaliar os níveis de satisfação dos estudantes do Grande Porto com as cantinas da academia.

No trabalho conclui-se que a cantina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) é a que reúne níveis de satisfação mais elevados (73%). Já na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) o nível de satisfação média não ultrapassa os 45%.

A avaliação fez-se sobre 14 indicadores relativos à qualidade dos serviços e das infraestruturas.

Ao nível da variedade das ementas, por exemplo, apenas 44% dos estudantes assumem-se satisfeitos. Os inquiridos criticam também a qualidade nutricional da oferta, apontando um excessivo recurso a alimentos fritos e calóricos, ou ainda a inexistência de uma alternativa vegan e uma deficiente oferta de pratos vegetarianos.

No que toca à confeção dos alimentos, o nível de satisfação é ainda mais baixo (37%). Aqui, a FAP ressalva dois pontos com base nos comentários deixados pelos estudantes: são utilizados poucos legumes e muita água na sopa para rentabilizar o prato; e muitas cantinas anunciam determinadas ementas que não estão depois disponíveis ou que esgotam a partir das 13h00, situação recorrente nas cantinas das faculdades de Engenharia, Letras e Ciências e da Escola Superior de Tecnologias da Saúde do Porto (ESTSP), refere o trabalho.

163 lugares para 4 mil pessoas

Mas são as condições físicas dos espaços alimentares que mais “chumbos” merecem. Os mais críticos em relação à dimensão, à qualidade e ao conforto das cantinas são os utilizadores dos espaços ICBAS-FFUP e da ESTSP.

A insatisfação nestes tópicos é de 98% no ICBAS-FFUP e de 89% na ESTSP.

Na cantina do ICBAS-FFUP, refere o estudo, são disponibilizados 163 lugares para um público potencial de 4 mil utilizadores. Os estudantes queixam-se de longos tempos de espera à hora de almoço e de alguns chegarem a ter de comer nas escadas, de pé ou no chão por falta de lugar para se sentarem.

Os utilizadores da cantina da ESTSP também consideram “urgente mudar as instalações”.

No capítulo da qualidade das instalações, a cantina que mais satisfaz os seus utilizadores é a renovada cantina do ISEP, quer no conforto (84%), na qualidade (86%) ou na dimensão (89%).

A FAP apela à correção das deficiências identificadas através do estudo e deixa outras sugestões de que são exemplo a disponibilização de wi-fi nas cantinas, criar mais espaços com micro-ondas para aquecer comida feita em casa, abertura de mais cantinas na hora do jantar, abrir algumas cantinas no período de exames, publicação de ementas e possibilidade de compra de senhas online.

O estudo foi feito com base nas respostas a um inquérito disponibilizado pela FAP entre março e agosto de 2015. Responderam ao questionário 2.423 pessoas. A análise qualitativa do estudo cingiu-se a 1.930 inquéritos de utilizadores habituais dos serviços de alimentação.

As colusões foram reencaminhadas para os responsáveis dos Serviços de Ação Social do Instituto Politécnico do Porto e da Universidade do Porto, para os responsáveis máximos das instituições, incluindo o reitor da UP e diretores das escolas.