Em Portugal, há a perceção de que a participação jovem em atos eleitorais é baixa. Não há contudo dados oficiais que permitam perceber a que níveis se encontra a abstenção dessa faixa etária.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE), num esclarecimento telefónico ao JPN, admite que não tem esses dados, porque, esclarece, “não é dona” deles.

Aceder à informação pessoal dos eleitores – a data de nascimento é um dado pessoal – implica a autorização da Comissão Nacional de Proteção de Dados. Chegar aos cadernos eleitorais implica, por sua parte, um pedido a cada tribunal de comarca, onde os votos são depositados, para conferir, registo a registo, a idade dos eleitores.

Abstenção

Nas Legislativas de outubro a abstenção foi de 43,07% o valor mais alto de sempre em eleições para a Assembleia da República

Nas Presidenciais de 2011, a abstenção foi de 53,5%

Campanha “(Re)age.Vota” regressa

Quem também gostava de ter dados sobre a abstenção jovem é Hugo Carvalho, o novo presidente do Conselho Nacional de Juventude (CNJ). O estímulo à participação formal dos jovens é uma das suas prioridades. “É preciso medir. Sem dados não se pode fazer nada”, refere em declarações ao JPN.

Tendo por base, contudo, os dados da abstenção da população geral, por aproximação, percebe-se que a abstenção jovem está longe de ser um mito.

Com isso em mente, o CNJ e o movimento associativo estudantil lançaram para as legislativas de outubro a iniciativa “(Re)age.Vota” para estimular o voto entre os jovens do país, particularmente entre os estudantes do ensino superior.

Desde o início desta semana, o site que serviu de base à campanha está adaptado às Presidenciais de 24 de janeiro. Na página estão listados os 10 candidatos às eleições com ligações para os respetivos sites oficiais. Podem colocar-se dúvidas e usar materiais disponibilizados para promover junto dos pares a participação eleitoral.

Para as redes sociais está prometido “um acompanhamento mais on time da campanha, nos próximos dias”, afirma Hugo Carvalho.

O responsável reconhece às candidaturas no terreno “um esforço generalizado” de aproximação aos jovens. Quanto à promoção da participação jovem na política, Hugo Carvalho antevê “muito trabalho” para fazer.