A Câmara Municipal do Porto recebeu um parecer favorável do Tribunal de Contas tendo em vista a aquisição de um terreno da Rua da Quinta. A novidade, anunciada na manhã desta terça-feira pelo presidente Rui Moreira na reunião do Executivo camarário, vai permitir à autarquia “regressar ao Aleixo”, como descreveu o próprio.

A compra do terreno, por cerca de dois milhões de euros, visa dar liquidez ao Fundo do Aleixo, o Invesurb. Esse dinheiro vai permitir a construção de casas para realojar moradores do Bairro.

O visto que o Tribunal de Contas fez chegar à Câmara data do dia 22 de janeiro. No final da reunião, Rui Moreira informou os jornalistas que já foi solicitada uma reunião do fundo, para poder “arrancar com as obras” o mais rapidamente possível.

Rui Moreira expressou ainda o desejo de encerrar o dossier do realojamento dos moradores do Aleixo “até ao final do mandato”, com a ressalva de que “será difícil” realojar todos. Sobre as demolições das três torres ainda de pé no bairro, o presidente da autarquia não quis pronunciar-se: “Não quero falar em demolições. Quero falar de construção para realojar pessoas”, declarou.

Segundo informou ainda o autarca, tendo em vista o realojamento dos moradores do Aleixo, já há casas “praticamente prontas” na Rua das Musas e na Mouzinho da Silveira. Quanto a construção, a primeira obra a avançar deve ser na Travessa de Salgueiros, segundo indicou.

O Invesurb – Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado foi constituído tendo em vista a reabilitação do espaço urbano atualmente ocupado pelo bairro do Aleixo. O fundo esteve em risco de liquidação até ao ano passado. Em fevereiro, a CMP anunciou a entrada da Mota-Engiul no fundo e em junho foi anunciado o acordo que previa que o novo acionista injetaria dois milhões de euros, com a Câmara a comprometer-se a investir outro tanto através da compra de terrenos. A compra foi agora analisada favoravelmente pelo Tribunal de Compras.

Duas torres foram já demolidas no Bairro do Aleixo. Uma em dezembro de 2011 e outra em abril de 2013. Estima-se que no bairro residam ainda cerca de 300 pessoas.