Esta segunda-feira, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, visitou o Pólo do Mar  do Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC). A ministra veio a Matosinhos visitar algumas empresas ligadas à economia do mar, naquela que foi a primeira visita que planeou por iniciativa própria.

Ana Paula Vitorino afirmou que Matosinhos “é um bom exemplo daquilo que pode ser um bom cluster do mar”. “Nós temos um porto fantástico, excelentes indústrias conserveiras e excelentes investigadores”, frisou. A ministra do Mar defendeu ainda que as pessoas “que apresentaram este projeto da Universidade do Porto [UPTEC] são do melhor que existe a nível mundial.”

Em reunião com os responsáveis da UPTEC, à qual os jornalistas puderam assistir, Ana Paula Vitorino mencionou que a área do Mar é “totalmente transversal” e constitui um “desafio” para Portugal. “O conhecimento do mar pode tornar-se o nosso ativo estratégico. Temos sempre de conseguir a excelência”, garantiu.

A ministra do Mar quer apostar na “colaboração entre os centros de investigação, as universidades e a indústria”, processo no qual o Estado quer estar presente .”Assim podemos dizer quais são as áreas prioritárias, para poder encontrar formas de financiamento, e apoiar a internacionalização das nossas empresas. Queremos encontrar novas oportunidades”, assegurou.

“Através da inovação tecnológica que nos pode ser dada pela ciência e pela investigação, podemos falar em veículos que podem explorar o fundo do mar e saber quais são os minerais que temos e se são em quantidade suficiente para fabricar produtos para a indústria farmacêutica ou para a cosmética”, exemplificou Ana Paula Vitorino, em declarações aos jornalistas.

A ministra, no cargo há dois meses, considera que já visitou muitos “bons exemplos do melhor que acontece no mundo”. “Temos de passar a ver o que temos de muito bom e utilizá-lo para relançar o futuro”, afirmou.

A economia do Mar representa 2,4% do Valor Acrescentado Bruto nacional, mas Ana Paula Vitorino quer aumentar essa percentagem. “É um caminho que está a começar agora. É importante passarmos dos belíssimos discursos para coisas pragmáticas. Temos de passar do potencial para a realidade. As nossas apostas são o desenvolvimento da aquacultura, da indústria do pescado, do turismo ligado ao mar, e as questões ligadas à tecnologia, tudo aquilo que seja exploração de novos recursos ligados ao mar”, enumerou a ministra.

“Isto só se faz com incentivos. Vamos constituir o Fundo Azul que tem dois tipos de destinatários: apoiar start-ups e apoiar a investigação aplicada. Queremos aproximar o tecido empresarial e económico do potencial fantástico que temos nas nossas universidades”, reiterou Ana Paula Vitorino.

Outra das medidas que vai ser tomada é a simplificação administrativa. “Temos de ter um planeamento acertado para que o Estado possa dizer rapidamente o que se pode fazer. Não podemos estar três anos à espera. Uma das grandes prioridades é reduzir o tempo médio de espera para seis meses, numa primeira fase”, garantiu a ministra.

Ana Paula Vitorino declara que o seu ministério “tem as verbas suficientes para começar a fazer a diferença”. Entre os objetivos previstos estão o relançamento de alguns programas para apoiar projetos como os da UPTEC, e campanhas científicas ligadas ao reconhecimento do mar.

A ministra lembrou que o programa comunitário Mar 2020 é uma fonte de financiamento importante. Vão ser 500 milhões de euros para aplicar e relançar a economia do mar. “Considero que não será por falta de financiamento que nós iremos deixar de fazer coisas”, concluiu.