Entre novembro de 2014 e dezembro de 2015, a Linha de Apoio à Vítima (LAV) atendeu 3819 chamadas e abriu 2303 novos processos de apoio. Por dia, ligaram cerca de 17 pessoas com pedidos de ajuda. Os dados foram lançados esta segunda-feira, dia 22 de fevereiro, pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), como forma de assinalar o Dia Europeu da Vítima de Crime.

A LAV iniciou o seu funcionamento a 17 de novembro de 2014 e tem parceria com entidades judiciárias e policiais. “Todo o processo é feito em conjunto com a vítima”, assegura Sónia Reis, psicóloga da APAV. Desde a criação da Linha de Apoio à Vítima (116006), gratuita e confidencial, muitas pessoas foram já assistidas por voluntários que disponibilizam apoio qualificado e especializado. “Acreditamos que o facto das pessoas estarem informadas acerca dos seus direitos facilita a realização das queixas”, explica Sónia.

Um olhar sobre as estatísticas

Segundo dados do relatório “Estatísticas da Linha de Apoio à Vítima (LAV)”, mais de 80% das vítimas são mulheres e apenas foram contabilizados 310 casos em que a vítima é homem. Contudo, “é possível que estes números, relativamente às vitimas homens e às vítimas mulheres, não espelhem a realidade”, assegura a psicóloga.

O relatório indica, também, que em 34,5% dos casos são os familiares, amigos e conhecidos a telefonar no lugar da vítima. Sónia Reis aponta a vergonha e o medo como as principais razões para estes números. “Há alguma vergonha associada, há o medo que muitas vezes as ameaças possam ser concretizadas e, portanto, algum receio que as coisas não sejam resolvidas atempadamente”, esclarece.

Com o relatório de estatísticas, foi também lançada um nova campanha de sensibilização, com o mote “A violência esconde-se no silêncio”. O objetivo é “sensibilizar as pessoas que são vítimas de algum tipo de crime, para que exponham a situação e possam ter o apoio necessário”, nota Sónia Reis.

“O dia de hoje é um dos dias importantes”, frisa a psicóloga da APAV. O Dia Europeu da Vítima de Crime é um marco para relembrar os direitos das vítimas e “serve para se trabalhar para que estes direitos sejam postos em prática”.

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Artigo editado por Sara Gerivaz