Com 42 votos a favor e quatro contra, a moção “contra decisões da TAP e da ANA consideradas lesivas para o aeroporto do Porto e o Norte”, originalmente apresentada pelo Bloco de Esquerda, e apoiada pelo PSD, PS e “Porto, O Nosso Partido” foi aprovada esta segunda-feira na Assembleia Municipal do Porto. A CDU votou contra e viu a sua moção sobre o mesmo tema ser rejeitada.

Apesar dos esforços para que houvesse um acordo unânime, já que todos os partidos representados se mostraram contra o fim das rotas e a conduta da TAP e ANA no geral, a CDU mostrou-se irredutível pois considera que a “questão de fundo” é a TAP voltar a ser pública.

“É do interesse do país que a TAP continue sob gestão pública. Também somos contra o fim das rotas, mas para isso o Estado tem de mandar” na companhia, vincou Artur Ribeiro, deputado municipal da CDU. A proposta acabou chumbada.

A moção aprovada pela Assembleia Municipal do Porto manifesta “profunda discordância com as decisões da TAP e da gestora aeroportuária que prejudiquem o desenvolvimento do aeroporto do Porto e o seu papel dinamizador da região Norte de Portugal e de todo o noroeste peninsular”. O documento apela também à intervenção de entidades, políticas e administrativa,s da aviação cívil para o “prosseguimento da afirmação do aeroporto do Porto”, revela a Lusa.

Na Assembleia Municipal, Rui Moreira criticou a CDU: “Compreendo a posição do Partido Comunista sob o ponto de vista estratégico, mas temo e lamento pela cidade, porque era importante que retirássemos a componente ideológica” em favor de uma posição comum, afirmou.

Em relação à TAP, mais uma vez, o autarca portuense teve um discurso afiado: “Temos de dizer: se Portugal não se pode dar ao luxo de ter uma empresa de bandeira, que nos últimos anos foi um instrumento que tentou fazer com que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro não crescesse, que o Norte não existisse, não a queremos. Queremos que deixe de ser operador de bandeira”, rematou Rui Moreira.