A dinâmica do espaço ocupado pelas 46 empresas convidadas pela FEP Junior Consulting (FJC) é notória. Patrícia e Diana são estudantes da Universidade do Porto e procuram no Porto de Emprego uma oportunidade que as insira no mercado de trabalho. E é esse o objetivo da maior feira de emprego do país organizada por estudantes.  

Patrícia Brito já passou o seu cartão de estudante em algumas empresas. É aqui que reside uma das novidades desta edição: cada empresa presente na feira tem disponível um leitor eletrónico no qual os estudantes podem passar os seus cartões da universidade e assim manifestarem o seu interesse. Aqueles que tiverem feito uma inscrição prévia na feira, com este gesto, dão também acesso ao currículo que submeteram. A estudante defende que a novidade aproxima os estudantes das empresas às quais concorrem.

O mesmo não pensa Tiago Sampaio, responsável pela equipa de “employer branding”, dentro dos recursos humanos do grupo Jerónimo Martins: “Nós recrutamos maioritariamente via LinkedIn, o que quer dizer que deixarem aqui currículos não tem um grande efeito em termos de candidaturas”. Por isso, Tiago sugere aos estudantes “que tenham perfis fortes de LinkedIn, quer seja numa perspetiva de virem a trabalhar para o grupo, quer numa perspetiva de empregabilidade em geral”.

É a primeira vez que o grupo Jerónimo Martins está no Porto de Emprego, mas já conhece os cantos à casa. A empresa está a recrutar jovens do Porto e, em específico, da Faculdade de Economia do Porto (FEP).

Diana Barbosa estuda na FEP e também já apresentou o seu currículo em vários expositores do evento. A aluna acredita que o Porto de Emprego vem estreitar as relações entre os candidatos e os diretores de recursos humanos das empresas.

Foram, no total, 46 as organizações que pisaram o chão da Faculdade de Economia, um recorde batido pela feira de emprego. Entre as mais sonantes, o grupo Jerónimo Martins, a SONAE, a Calzedonia, o Santander Totta e o LIDL.

A Calzedonia participa no Porto de Emprego há já quatro edições consecutivas e não sente diferença em termos de adesão. Cláudia Saragoça é “recruiting manager” e especialista em Recursos Humanos da empresa e confessa que o novo sistema de passagem de cartões, promovido pela Beamian | Digital You, retira aos empregadores a perceção da adesão dos estudantes ao evento. O grupo Calzedonia contou com a participação de trabalhadores recrutados na FEP, em edições anteriores, na banca montada no Porto de Emprego.

Já Rita Serra, da Direção de Recursos Humanos da SONAE, afirma notar a diferença entre os estudantes que concorriam à empresa há uns anos em relação aos de hoje. “Acho estas iniciativas fundamentais para os estudantes saberem as oportunidades que as empresas têm para lhes oferecer, não só em termos de carreira, como também de estágios”, explica Rita. A SONAE é uma presença óbvia e constante: já participa no Porto de Emprego desde a primeira edição, em 2001.

O balanço da 16ª edição do Porto de Emprego é positivo. O JPN falou com André Macedo, da FJC, que considera que o evento ultrapassou as expectativas para este ano: “Temos notado muitos visitantes, mas friso, sem dúvida, as apresentações às empresas e a atividade do “Speed Recruitment”. O feedback quer de candidatos quer de empresas foi extremamente positivo”.

André Macedo referiu ainda a mudança de imagem do evento como um ponto positivo a considerar nesta edição: “A nova imagem foi feita com o objetivo de marcar o posicionamento da feira num mercado que cada vez é mais concorrido por feiras de emprego de diferentes universidades”. O estudante assume que a nova imagem também tem o objetivo de promover a FEP Junior Consulting enquanto organizadora do Porto de Emprego, em parceria com a FEP.

Em destaque estão os novos parceiros da feira de emprego, a Câmara Municipal do Porto (CMP) e a Associação Nacional de Jovens Empreendedores (ANJE), que, segundo André Macedo, “fizeram um trabalho extraordinário”.

O Porto de Emprego promete voltar para o ano com novas propostas.