O Laboratório de Desenvolvimento de Produtos e Serviços da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto foi apresentado ao público, na quinta-feira. Nasceu da necessidade da faculdade ter uma infraestrutura que desse suporte a algumas disciplinas dos mestrados integrados que a FEUP oferece, nomeadamente os mestrados de Engenharia Mecânica, Gestão de Serviços, Design de Produto e Empreendedorismo.

O novo laboratório vai cobrir várias áreas interdisciplinares: fabrico aditivo, realidade virtual e realidade aumentada, simulação de produtos recorrendo a métodos numéricos e de simulação gráfica do produto.

António Augusto Fernandes é o coordenador do laboratório e esteva na génese do projeto. “A nossa primeira prioridade, estando o laboratório integrado na universidade, será o suporte a atividades de ensino e investigação. Que de alguma maneira seja um meio de transferência de conhecimento da universidade para o meio empresarial”, explica ao JPN.

O Laboratório de Desenvolvimento de Produtos e Serviços aproxima a FEUP do mercado e das necessidades que nele existem, ao mesmo tempo que angaria receitas próprias para garantir o funcionamento, sustentabiliadade e autossuficiência do laboratório. António Augusto Fernandes revela que “um dos objetivos da sessão de inauguração foi tentar atrair empresas e divulgar os recursos que existem na universidade” para demonstrar como a FEUP e a UP podem “ajudar as empresas a desenvolver produtos mais inovadores tirando partido de recursos que muitas não têm, principalmente as pequenas e médias empresas”.

No novo laboratório da FEUP, os produtos e os serviços são entendidos a uma escala diversa, “podemos estar a falar no desenvolvimento de um equipamento para uma unidade insdustrial como de um produto para utilizção no dia a dia”. “Vou dar um exemplo, pode ser uma bicicleta, pode ser teoricamente um automóvel. Com os serviços, a mesma coisa. Pode ser entendido num contexto mais genérico, mas poderá envolver simultaneamente a utilização de tecnologias ou de ambientes físicos para proporcionar o serviço, no caso, por exemplo, um hotel ou  um restaurante”, refere.

O Laboratório de Desenvolvimento de Produtos e Serviços teve um financiamento de aproximadamente 700 mil euros. Contudo, há ainda a necessidade de fundos para poder pagar aos funcionários os salários e/ou bolsas. “Temos já algumas teses de doutoramento em curso, que esperamos vir a incrementar no futuro. É através das teses de mestrado e doutoramento que podemos conseguir recursos e mão de obra que não envolve diretamente custos ao nível de pagamento de recursos humanos. Neste momento temos necessidade, pelo menos, ao nível de técnicos de laboratório, de fundos que paguem os salários ou as bolsas desses funcionários. E isso só poderá ser obtido através de projetos em que estejamos envolvidos ou na prestação de serviços que ainda não começaram”, explica o coordenador do laboratório ao JPN.

Além dos custos de recursos humanos, o laboratório da FEUP precisa também de garantir os custos dos consumiveis e a substituição dos equipamentos no futuro, uma vez que a tecnologia rápidamente se torna obsoleta.

António Augusto conta ainda com a colaboração dos professores Renato Natal Jorge, na área de simulação e prototipagem virtual, Jorge Lino, na área de fabrico aditivo, e Teresa Restivo, na área de realidade virtual e aumentada.

 

Artigo editado por Filipa Silva