A 36ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto distinguiu a Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo (ESMAE) como a melhor escola de cinema.

Da lista dos nomeados, constava também a Universidade Lusófona de Lisboa, a Universidade do Minho, a Universidade Católica do Porto (Escola das Artes), a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a Escola Artística de Soares dos Reis, do Porto, a EPI/ETIC, de Lisboa e a ESAP.

A ESMAE foi nomeada com as curta-metragens “Terra Mãe” de Ricardo Couto, “Palhaços” de Pedro Crispim e “Meada” de Ana Linnea Lidegran Correia.

Para a ESMAE, o prémio “é um reconhecimento da dimensão do Departamento de Artes e Imagem e da dimensão cultural e artística [da escola]”, afirma António Augusto Aguiar, presidente da ESMAE, ao JPN.

Para o presidente da escola do Instituto Politécnico do Porto, as artes da imagem em Portugal ainda têm “um longo caminho a percorrer”. “É uma arte mais recente e o ensino destas matérias também”, acrescenta. No entanto, este prémio é “a prova” que a área está a evoluir.

O historial de prémios tem aumentado e o apoio da escola é fundamental na concretização dos projetos. “Estes trabalhos decorrem no plano do curso. E a nós compete-nos tornar isso possível, quer no acompanhamento, quer na parte técnica”, explica António Augusto Aguiar.

A realização das curtas-metragens responsáveis pela nomeação da ESMAE, foram concretizadas com base em parcerias estabelecidas com entidades externas e a disponibilização de equipamentos necessários por parte da escola. Mas, para Ricardo Couto, um dos realizadores do projeto “Terra Mãe”, existe outra parte fundamental. “Temos sempre o apoio dos professores, esses devem ser louvados. Os professores do Departamento de Artes e Imagem da ESMAE estão de parabéns. Porque é o trabalho árduo dos professores no apoio às ideias dos alunos que permite que elas consigam sair das escolas e ter algum reconhecimento fora delas”, declarou o estudante ao JPN.

Para Ricardo Couto, a existência de uma categoria dedicada às escolas é uma prova de que também se faz bom cinema na academia. “Para nós, é um enorme reconhecimento, porque estes projetos são feitos no âmbito académico, pelo que é bom ter a atenção de fora do ciclo de professores e mostrar que conseguimos ter uma presença no circuito de filmes”, afirma ao JPN.

Apesar deste reconhecimento, são ainda muitos os desafios que os alunos de cinema têm que enfrentar. “A questão é poder fazer com que os filmes saiam do ambiente meramente académico e possam concorrer a festivais. Infelizmente, o maior desafio que continua a existir é possibilidade de trabalhar na área e conseguir que os filmes obtenham visualizações em sala”, remata Ricardo Couto.

Os premiados do Fantas 2016

O Fantasporto encerrou no sábado e destacou os nomes do cinema fantástico. A obra de Francisco Carvalho, “Quarto em Lisboa”, foi a vencedora do “Melhor Filme Português”.

O prémio mais cobiçado da noite, de “Melhor Filme”, foi atribuído à longa-metragem “The Lure”. A comédia musical foi realizada pela polaca Agnieska Smoczynska. O filme arrecadou ainda os prémios de melhor realizador e melhores efeitos especiais.

O prémio especial do júri do Cinema Fantástico foi atribuído ao filme russo “Queen of Spades: The Dark Ride”, de Svyatoslav Podgayevskiy.

Na Semana dos Realizadores, foi o filme “The Open” do francês Marc Lahore que recebeu a distinção máxima, a de “Melhor Filme”. A este prémio, juntaram-se ainda as distinções de “Melhor Realização” e “Melhor Argumento”.

O filme “Deep Trap”, do coreano Kwon Hyung-Jin, foi considerado o melhor filme da secção Orient Express. O Prémio Especial desta secção foi atribuído a “I am a Hero”.

O prémio do Público foi este ano, excecionalmente, atribuído a dois filmes: “I am a Hero” e “Sensoria”. O feito deveu-se a um empate na votação, segundo informou a organização.

A 36ª edição do Fantasporto contou também com mais de 43 antestreias mundiais.

 

Artigo editado por Filipa Silva