O gosto pelo cinema e a vontade de explorar diferentes áreas fez nascer, há 10 anos, o Grande Ecrã. O programa de rádio nasceu na JPR (Jornalismo Porto Rádio), rádio do curso de Ciências da Comunicação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e começou a ser emitido em 2006.

“Criar uma porta de entrada para pessoas que gostassem de cinema e queriam jornalismo na área” foi o que despertou, em Miguel Pereira, a ambição de criar o programa. Na altura, o Grande Ecrã poderia juntar o melhor de duas paixões: “o espírito do cinema” e o “mundo da rádio”. O Grande Ecrã seria, assim, uma ferramenta para “transmitir o que se vê, através do que se ouve”.

Como ponto de partida para começar o desafio, Miguel Pereira aproveitou a experiência na área para se lançar como coordenador. Conhecedor de cinema, o estudante de jornalismo tinha já um blogue sobre a Sétima Arte e trabalhava num livro sobre o tema. O “boom” dos blogues, das redes sociais e do “Youtube”, dado nessa altura, foi também um motor de arranque do Grande Ecrã. “A nível de cinema fomos mesmo pioneiros”, destaca Miguel.

Rui Alves foi um dos sucessores da primeira equipa. Em 2007, o antigo estudante introduziu algumas mudanças e reanimou, com a sua equipa de trabalho, o Grande Ecrã. “Era um programa mais noticioso e nós estruturámo-lo de forma diferente”, realça. Além das notícias, a novidade concentrou-se nos destaques da semana, no perfil de uma estrela de Holywood, em previsões sobre as principais cerimónias dos cinemas e na colaboração de alguns críticos e produtores.

A aprendizagem foi o que Fábio Silva, da geração de 2011, mais retirou da experiência: “Pôr em prática aquilo que eu aprendia na teoria e fazendo isso com algo que eu gosto, neste caso, como sempre gostei bastante do cinema, foi juntar o útil ao agradável”.

O contacto com colegas mais novos e mais velhos acabava também por ser enriquecedor. “Às vezes uma pessoa mais nova pode trazer novas ideias que pessoas mais velhas não têm, uma pessoa mais velha pode ensinar uma pessoa mais nova”, explica Fábio ao JPN.

Já para José António Pereira, o Grande Ecrã “é uma grande escola para quem quer experimentar rádio”. O atual jornalista acredita que o programa ajuda também a criar responsabilidades e a perceber que é preciso “lutar muito para que o produto seja positivo”.

Na altura que José entrou para o Grande Ecrã houve também uma remodelação na equipa e na estrutura do programa. Uma fase que o próprio recorda ter sido um “desafio” e levada com “muito empenho”, pois o objetivo era “fazer com que o Grande Ecrã, apesar de estar no ar há tanto tempo, continuasse a ser um programa de referência do JPN”.

Ao longo da experiência no Grande Ecrã, “foi tudo à volta do som, da importância do som”. Rui Alves descobriu que “a rádio é muito mais do que aquilo que se diz”. O “espírito relaxado e informal” manteve-se nas recentes edições, mas Rui confessa que fez uma espécie de “luto” alguns anos depois de ter de sair do programa, por causa do “sentimento de propriedade” em relação ao Grande Ecrã.

Passados 10 anos, Miguel acredita que cada geração impõe a sua marca e o truque é esse mesmo: “fazer sempre algo que surpreenda o ouvinte”.

Aqui fica a primeira edição do Grande Ecrã.

Artigo editado por Sara Gerivaz