Durante muito tempo, Bruxelas esteve sob alerta. O risco de atentados semelhantes aos ocorridos em Paris, a 13 de novembro, paralisou o metro, alguns serviços e as ruas encheram-se de militares. “O dia infelizmente chegou”. Na manhã desta terça-feira, o coração da Europa foi alvo de três explosões: duas no aeroporto de Zaventem e uma no metro de Maelbeek.

O medo tomou conta da capital belga. Bruxelas está no nível quatro de alerta, o máximo na escala de risco de ataque. Após o atentado, o aeroporto, o metro, os transportes públicos e as escolas estão encerrados. As fortes medidas de segurança ilustram um cenário “complicado”.

“Até aqui [esta terça-feira] o ambiente foi tranquilo, com muita confiança nas forças policiais belgas e no trabalho fantástico que eles estão a fazer. A partir de hoje de manhã tudo voltou à estaca zero e, portanto, o medo está instalado”, conta Ana Faria, da Comissão Europeia (CE), ao JPN.

Ana Faria afirma que, em Bruxelas, “ninguém estava a contar com este atentado”. “Estamos no coração da Europa e tínhamos mais cedo ou mais tarde de pagar o preço. E chegou o dia infelizmente”, lamenta.

Ana reside em Bruxelas. Está “refém” no local de trabalho por indicação da polícia. “Todas as garagens da Comissão Europeia estão fechadas, portanto só podem sair viaturas oficiais ou viaturas de segurança”, refere. A portuguesa almoçou no escritório e mantém-se ligada “ao mundo através da Internet”.  “As ligações por telemóvel e telefone estão saturadas, mas vamos tentando entrar em contacto com quem temos em Portugal para os tentar acalmar”.

Como tantos outro emigrantes, Ana vê a sua Páscoa comprometida:“Isto vem numa má altura. Eles fazem isto sabendo o que estão a fazer. É altura da Páscoa, em que toda a gente vai a Portugal e aos restantes países para estar com a família”.

Para os próximos dias, ainda não sabe como será a rotina, mas vai já imagina o cenário: “Amanhã, se for como em novembro, em Paris, imagino que fiquemos todos em casa a fazer ‘teleworking’”.

“A nossa segurança passa por eles”

Desde manhã que Bruxelas está no nível quatro de alerta, o máximo na escala de risco de ataque. As ruas estão desertas e os transportes encerrados. Às pessoas foi dada a indicação para permanecerem onde estão. Segundo Ana Faria, a polícia e o exército estão “todos na rua” e os hospitais belgas estão “a pedir doação de sangue”.

Ana confia nas medidas da polícia local: “Não temos nenhuma ideia de quando poderemos abandonar o local, mas nenhum de nós põe em causa qualquer mensagem que recebemos dos serviços de segurança. O que eles dizem, nós fazemos sem sequer pestanejar. A nossa segurança passa por eles”.

 

Artigo editado por Sara Gerivaz