Nos dias 19, 20, 27, 28 e 29 de maio, o Parque da Bela Vista recebe a sétima edição do Rock in Rio Lisboa (RIR) e celebra os seus 30 anos de existência. Em entrevista ao JPN, a vice-presidente do RIR, Roberta Medina, realça que “a essência do festival permanece a mesma”, o que certamente mudou foi a variedade e o volume de oferta de entretenimento.

Como em todos os anos, grandes artistas vão pisar o Palco Mundo, o Palco EDP Rock Street, o Palco Vodafone e a Eletrónica. Sobre as expectativas para esta edição, Roberta Medina afirma que é muito difícil destacar um artista, mas que está expectante para ver os Hollywood Vampire com Johnny Depp e as interpretações da banda dos grandes clássicos do rock and roll. A vice-presidente do RIR comenta ainda que “este ano, um dia que será muito poderoso, é o dia do Avicci”.

Mas não é só do Palco Mundo que se faz o RIR. A Eletrónica tem tido, de edição para edição, cada vez mais projeção e Roberta Medina acredita que muitos dos que “passam pelo palco da eletrónica e que ainda não são conhecidos transformam-se no próximo ‘top’ mundial”. Já o palco Vodafone agrada aqueles que gostam de música mais alternativa e segundo a organizadora do RIR “está imbatível este ano”. A Rock Street está na sua terceira edição e tem sido um êxito na cidade do rock. “Sempre lotada”, este ano homenageia o país onde o RIR nasceu.

A entrada diária, este ano, para o RIR custa 69 euros, um valor mais alto do que em edições anteriores. No entanto, a vice-presidente especifica que este valor é devido a “novos investimentos” e que há várias promoções em vigor que baixam significativamente o preço.

30 anos de história

São 30 anos de RIR e as duas primeiras edições aconteceram em 1985 e 1991 no Rio de Janeiro. Dez anos depois a cidade do rock foi construída de raiz num recinto com capacidade para 250 mil pessoas. Esta edição no Rio de Janeiro teve várias novidades, entre elas, as discussões geradas pelo espaço “Por um mundo melhor”. No meio da música discutem-se questões sócio-ambientais com foco na educação e na cidadania.

Em 2004, o RIR ultrapassou fronteiras e aterrou no Parque da Bela Vista em Lisboa. Desde então, já passaram pela cidade do rock mais de dois milhões de pessoas. Este ano esperam-se mais de 320 mil.

Em 2008, foi a vez de Madrid. Em 2011 e após 10 anos de interregno voltou ao Brasil. Em 2014 comemorou 10 anos de RIR Lisboa e em 2015 chegou ao país com maior mercado de música e entretenimento do mundo, os Estados Unidos. Roberta Medina ressalva que 30 anos depois não está a fechar, mas a criar novos ciclos. “O RIR está no processo de construção dos próximos 30 anos e ambiciona ser uma marca global”, salienta Roberta Medina que está em negociações com a Argentina, China e Dubai.

Entre milhões de pessoas, milhares de artistas e muitas histórias, a vice-presidente contou ao JPN que em 1985 qualquer pedido de um artista era um desafio, uma vez que, na altura o Brasil tinha as suas portas fechadas a produtos estrangeiros. Hoje em dia há pedidos “curiosos” como foi o de Paul McCartney numa das edições em Lisboa. O último integrante vivo dos Beatles não queria que o recinto vendesse carne vermelha. “Com muito jeitinho, restringimos o pedido dele para uma cozinha exclusiva com a alimentação que ele desejava e que não interferisse na vida das outras pessoas”, recorda Roberta Medina.

 

Artigo editado por Filipa Silva