A cidade mais nova de Portugal abriu as portas no dia 31 de março de 2016: a Cidade do Futebol. O complexo foi inaugurado esta sexta-feira, numa data simbólica, pois marca também o 102º aniversário da Federação Portuguesa do Futebol (FPF), que até 1926 se chamou União Portuguesa de Futebol.

Esta cidade respira o ar do “pulmão desportivo de Portugal”, por se incluir no Centro Desportivo Nacional do Jamor em Oeiras. A FPF vê na obra um “novo centro logístico, nova sede da FPF e novo complexo de treinos centralizado” ou o “quartel-general do futebol português”, como lhe chama a FPF.

A Cidade do Futebol vai ser um local fixo para os trabalhos de preparação das 22 seleções da FPF: nove de futebol e cinco de futsal, na vertente masculina, e quatro de futebol e duas de futsal no feminino e ainda a Seleção A do futebol de praia.

Um dos responsáveis do Risco, o gabinete de arquitetura que desenhou as infraestruturas, caracteriza o recinto como “simultaneamente aberto e recatado”. “Um recinto que se abre ao exterior, para receber todos os portugueses, mas onde não será possível perturbar o trabalho dos atletas”, explica Jorge Estria na revista FPF 360.

“Na Cidade do Futebol, o conceito base do design de interiores passou por criar uma atmosfera onde se sinta a ‘portugalidade’ e o ‘futebol'”.

No núcleo Central destacam-se o Centro de Acolhimento e as áreas públicas, que estão no piso zero, onde se localizam, por exemplo, o auditório, o centro de formação e o estúdio de multimédia. Através deste núcleo, tem-se acesso às bancadas do campo principal. A FPF está sediada nos pisos superiores e, lê-se na FPF 360, “destaca-se como um corpo que tem uma identidade, um desenho, diferente”. O edifício dispõe de um estacionamento subterrâneo de 50 lugares.

O Centro Técnico de Futebol alberga as seleções nos seus dois pisos, com ligação direta aos campos de treino, que são três. Um outro campo tem metade da área e é exclusivamente dedicado ao treino dos guarda-redes. No mesmo centro localiza-se a unidade de saúde e performance e as áreas da fisioterapia, da medicina e da hidroterapia, onde os jogadores terão direito a sauna, piscina de hidromassagem e crioterapia. Existe um terceiro núcleo, o de logística.

A Cidade do Futebol tem três campos e meio, todos relvados. Ao todo, são 32 mil metros quadrados de relvado. Com os seus 90 painéis solares, cerca de 12% dos gastos de energia da Cidade são cobertos por energias renováveis.

A infraestrutura usufrui de uma parceria tecnológica com a Samsung. Na parte tecnológica, a FPF destaca as duas “video walls”. De referir também a rede de vídeo e áudio para facilitar transmissões para o exterior.

Custos

Os investimentos totalizaram 15 milhões de euros e o complexo recebeu seis milhões de euros da UEFA e um milhão da FIFA, comparticipados a fundo perdido.

“A Federação Portuguesa de Futebol assumiu, desde o início, o compromisso, escrupulosamente cumprido, de não onerar o contribuinte português com um cêntimo deste investimento”, escreveu Fernando Gomes na revista FPF 360.

Construção

Depois do anteprojeto em setembro 2012, e de uma consulta pública em novembro de 2013, o projeto foi apresentado em novembro de 2014 e no mesmo mês começou a preparação do terreno. Curioso notar que, segundo a FPF, toda a pedra que existia nestes terrenos foi reutilizada nos muros que envolvem a Cidade do Futebol.

“A construção do edifício em forma de T que congrega o Edifício Sede, o Centro Logístico, o Centro Técnico e o Núcleo Central arrancou em abril de 2015”, informa a revista.

As obras duraram quase um ano e meio e o prazo foi cumprido: logo na apresentação do projeto, o presidente da FPF disse que a obra ia ser concluída na primavera de 2016. Dez dias depois do começo oficial da primavera, a 21 de março, a obra é inaugurada, mas as instalações só vão estar completamente operacionais no próximo mês.

 

 

 

Artigo editado por Filipa Silva