O Basho Sushi House é um dos cinco finalistas do Architizer A+. A votação para eleger o vencedor da quarta edição do prémio internacional de arquitetura decorre “online”. Aberta ao público encerra esta sexta-feira, dia 1 de abril.

Localizado no número 189 da rua dos Combatentes da Grande Guerra, em Gondomar, o restaurante é da autoria do gabinete de Paulo Merlini. Os arquitetos envolvidos no projeto usaram 12 mil fachis, universalmente conhecidos como pauzinhos, com o objetivo de replicar um meio envolvente oriental. Suspensos no teto do espaço, conferem um ambiente único e diferente das inúmeras casas de sushi existentes no grande Porto.

O JPN falou com o arquiteto, e também proprietário, que idealizou a conceção do espaço. Paulo Merlini confessa que a sua preocupação foi “dar resposta à funcionalidade do espaço”. Os 24 metros quadrados do estabelecimento e as questões legais foram desafios que, juntamente com as funcionalidades necessárias de um restaurante, o seu gabinete teve de cumprir.

“Quisemos criar algo que apelasse logo à entrada”, revela Merlini, acrescentando que com as paredes ocupadas “a escolha do teto foi mesmo uma questão funcional”. Os pauzinhos, além de serem uma solução económica, com a luz certa, criam um impacto que os projetistas acharam necessário.

As paredes, de cor negra, são, também elas, um elemento fora do convencional. Segundo Paulo Merlini, os tons escuros advêm da estética tradicional japonesa, já que “eles trabalham muito a luz mas têm igual preocupação com a sombra”. Ao absorver a luz, o espaço preto cria um contraste, realça os fachis e dá “outro valor ao teto, porque se fosse branco eles perdiam a sua força”, conta-nos.

Outra das preocupações do seu gabinete foi apelar ao poder da simbologia. Como? Paulo Merlini explica: “Todos nós temos uma imagem dos símbolos associados a algo, se eu pensar num croissant recordo-me de França, se pensar nos pauzinhos lembro-me do Oriente”. O propósito, de acordo com o próprio, era usar um simples objeto de bambu para “trabalhar com o nosso consciente de cá e relacioná-lo com as imagens que temos de lá”.

Relativamente ao prémio internacional para que está nomeado, o arquiteto afirma que funciona como alento e motivação, ao mesmo tempo que dá projeção a todo o gabinete. “Para nós é excelente, sem dúvida”, declara, de forma sucinta.

O nome do espaço vencedor do Architizer A+ é conhecido no próximo dia 12 de abril.

Artigo editado por Sara Gerivaz