A Reitoria da Universidade do Porto recebeu, na passada sexta-feira, António Luís Campos. O fotojornalista da National Geographic fez uma parceria com a Nomad, uma agência de viagens de aventura, para descobrir os Açores.

O fotojornalista, que partiu numa aventura de dois anos, descreve os Açores como um espaço “ingrato” para os portugueses. “É algo que nós achamos que está sempre perto, que um dia vamos lá, e acabamos muitas vezes por não ir”, indica António.

O fascínio do viajante profissional partiu do desconhecimento das terras e, por isso, o projeto intitulado “Crónicas da Atlântida” tem o objetivo de dar a conhecer as ilhas um pouco para além do óbvio: “Dos Açores pouco se conhece, para além das vacas felizes e do queijo que temos lá em casa”.

O viajante quis focar-se naquilo que vai além das paisagens: as pessoas que compõem e que são os Açores. “Queria saber como é que as gentes de lá vivem e desmistificar algumas ideias pré-concebidas”, explica o fotojornalista.

O projeto mostra, sobretudo, fotografias de pessoas, desde os “lobos do mar”, às novas gerações que levam a tecnologia para o arquipélago açoriano. As paisagens foram postas em segundo plano.

António Luís Campos decidiu percorrer as várias ilhas da maior para a mais pequena: São Miguel, Pico, Terceira, São Jorge, Faial, Flores, Santa Maria, Graciosa e, finalmente, o Corvo.

Cada ilha foi introduzida por uma peça de áudio, na qual se fazia ouvir o sotaque próprio da região, com o objetivo de desmistificar que nos Açores existe apenas um sotaque: o micaelense. A voz que ecoava era a de Vítor Rui Dores, um historiador destacado nos Açores, que se dedica, principalmente, ao estudo das particularidades linguísticas de cada ilha.

A exposição parte agora para o LxFactory, em Lisboa, onde estará de 6 de maio a 5 de junho. A apresentação é de entrada livre e contará com a presença do fotógrafo no dia 8 de maio, às 16h00 para uma palestra.