O Museu de Marionetas do Porto viu-se obrigado a deixar a Rua das Flores. O edifício que o acolhia foi vendido. Por acreditar que o museu “faz parte da história do Porto” e que deixar de existir seria “uma perda para a cidade”, Pedro Carvalho, vereador da Câmara Municipal do Porto (CMP), apresentou uma proposta para solucionar o conflito, que foi aprovada unanimemente.

Rui Moreira, presidente da autarquia, demonstrou “partilhar inteiramente a sua preocupação” face ao futuro do museu. Desde novembro do ano passado que a câmara tenta resolver esta questão. Já foram feitas várias reuniões com a direção do museu, que apresentou a proposta no dia 17 de março. O projeto prevê a criação de dois pólos: um edifício na baixa, que vai ficar nas instalações detidas pelo museu e um em Campanhã, por sua vez, num edifício da câmara.

Neste aspeto, Rui Moreira não quis adiantar muita informação, uma vez que “é preciso ter atenção ao financiamento e às instalações”. Além disso, o presidente referiu que “os responsáveis do museu ainda têm que ver o espaço e tem que ir lá a inspeção”.

Isabel Barros, diretora artística do Teatro de Marionetas do Porto, também não adiantou informações quanto às futuras instalações do museu, mas destacou a ajuda que a Câmara do Porto tem dado. “Estou contente com a cumplicidade total que a Câmara demonstrou”, frisou ao JPN.

A estratégia pensada para o Museu das Marionetas do Porto passa pelo objetivo de “apoiar estes e outros locais históricos”, como garantiu Manuel Pizarro, na reunião camarária desta terça-feira. Já o presidente da Câmara Municipal do Porto acrescentou que “este é um problema que afeta todas as cidades” e que, por agora, “não há instrumentos municipais” que permitam tratar estas questões.

A diretora do Teatro de Marionetas do Porto concorda com a falta de mecanismos e acredita que no futuro essas questões vão ter mais apoio. “Neste momento, o centro histórico é um lugar muito apelativo e provavelmente estas questões vão estar mais presentes. Talvez venham a ser desenvolvidos mecanismos para que as coisas estejam mais protegidas”, mencionou Isabel Barros.

A par da importância do local das instalações, está a importância do Museu de Marionetas para a cidade. “É um museu muito particular, no sentido de que não há nenhum do género nem no Porto nem no país”, realçou Isabel Barros. Para a diretora, “as marionetas fazem parte de um património essencial e o desaparecimento seria gravíssimo”.

 

Artigo editado por Sara Gerivaz