“Nós fizemos um acordo com o Instituto Português de Oncologia do Porto, no sentido de, por um lado o IPO-Porto continuar a fazer a sua atividade clínica muito bem, porque é um dos melhores institutos europeus em tratamento do cancro, e por outro vem buscar a nós a componente da investigação” explica o diretor do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), ao JPN.

Sobrinho Simões indica que a parceria, acordada na segunda-feira, tem como objetivo melhorar a formação dos médicos oncologistas e cirurgiões, assim como capacitar os investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (I3S). O acordo, designado Porto. Comprehensive Cancer Center (Porto.CCC), nasceu entre os consórcios do Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto) e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) há três anos.

O diretor do IPATIMUP esclarece ao JPN que, com a fusão entre o IPATIMUP e o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) e o Instituto de Engenharia Biomédica (INEB), houve a necessidade de se reforçar a parceria com o IPO-Porto e torná-la “mais forte”.

Sobrinho Simões admite que, com a junção das três instituições e consequente formação do I3S, o trabalho desenvolvido para perceber o cancro é multiplicado pelos investigadores. O diretor do IPATIMUP avança que o acordo Porto. CCC “aumentou a capacidade de fazer investigação sobre estes doentes e a capacidade de fazer ensino a partir dessa realidade”.

Sobrinho Simões sublinha que o acordo é, no fundo, a otimização do serviço porque “o IPO-Porto tem uma excelente clínica, muito bom diagnóstico e um bom nível de ensaios clínicos” e o que o I3S vai fornecer “é a investigação de translação”.

O professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) revela que o Porto.CCC pretende candidatar-se ao nível de excelência, para melhor atuar quer ao nível nacional como internacional. De acordo com Sobrinho Simões existem quatro cancros em que o I3S tem uma “maior expressão internacional: o estômago, a próstata, a bexiga e a tiróide”.

A parceria foi acreditada pela Organização Europeia do Instituto de Cancro (OECI) há três anos e vai vigorar até final de 2020.

Artigo editado por Sara Gerivaz