FC Porto e Sporting CP defrontam-se, este sábado, pelas 18h30, no Estádio do Dragão, em encontro a contar para a 32ª jornada da Liga NOS. Tudo o que não seja a vitória leonina dita, praticamente, o afastamento do Sporting da luta pelo título. O JPN contactou especialistas em futebol e personalidades ligadas aos dois clubes.

Sobre a importância da partida para os verde e brancos, João Nuno Coelho não tem dúvidas: “Em jogo está o título, é uma partida crucial”. O sociólogo, e comentador da Grandiosa Enciclopédia do Ludopédio – “um programa alternativo sobre as histórias da História do futebol” considera que se o Sporting “não ganhar, tem poucas possibilidades de chegar ao título”. Rui Miguel Tovar acrescenta: “Um empate ou a derrota é a morte do artista” já que a derrota “deita a moral abaixo”. Apesar disso, o jornalista de Desporto do Jornal i acha que “tem sido um campeonato bom para o Sporting” e que Jorge Jesus tem “explorado bem os clássicos”. Paulo Sérgio garante que para o Sporting é o jogo “do título”. O antigo treinador dos leões está convencido que na luta pelo título “o primeiro a falhar estará em maus lençóis”.

Para o Futebol Clube do Porto, na ótica de João Nuno Coelho, este jogo “acaba por ser importante para (…) controlar algum descontentamento” porque “qualquer coisa que não seja uma vitória é mais uma distância que se cava em relação aos adeptos”. Tovar frisa que “o Porto tem de dar um pouco de dignidade ao clube e aos representantes” após uma “época abaixo das expectativas”. Deixa ainda um recado ao técnico portista: José Peseiro, neste jogo, tem de conquistar “o selo de confiança que ainda não tem”. Paulo Sérgio destaca que está em jogo “a honra e a dignidade” e que esta é “independente da classificação das equipas”. O treinador afirma: “É óbvio que o Benfica está a torcer pelo Futebol Clube do Porto”, apesar disso, continua “completamente focado” no seu percurso.

A época em revista

O JPN desafiou os entrevistados a resumirem a temporada dos dois emblemas. Do lado do Porto, João Nuno Coelho destacou “o número de golos sofridos, que é muito superior ao habitual e que se agravou com a saída de Lopetegui” e acrescenta: “O Porto de Peseiro é muito mais vulnerável”. Rui Miguel Tovar destaca o facto do Sporting já não ganhar em casa e fora na mesma época ao Porto desde a temporada de 1975/76, enquanto os azuis e brancos “nos anos 80, 90, 2000 conseguiram várias vezes”, informa. Para o jornalista, tal pode servir como uma motivação extra para os dragões: “O Porto não pode perder em casa”.

A época do Sporting fica marcada pelo número de derrotas – apenas duas – “metade das derrotas do líder”, diz Coelho. Para o sociólogo os leões estão a fazer “um campeonato muito bem conseguido, mas duas ou três falhas em casa com equipas pequenas acabaram por ser fatais”. Tovar destaca a boa campanha no campeonato, única competição onde “apresentou uma equipa credível”. O jornalista refere a aposta de Jorge Jesus em jovens como Rúben Semedo, Gélson Martins e Matheus Pereira como um dos grandes méritos do treinador. A vitória na supertaça e a discussão do título até ao fim é algo “que não acontecia em outras épocas”.

Um Sporting mais forte?

Na opinião de Paulo Sérgio “tem havido uma política muito mais agressiva na luta pelo título. [O Sporting] reforçou tremendamente a equipa com jogadores de grande qualidade. Houve um grande investimento este ano e isso tornou a equipa mais forte”. Já João Nuno Coelho diz que a prestação leonina “não é muito distante de há meia dúzia de anos”. “O Sporting há sete ou oito anos dava mais luta que o próprio Benfica”, rematou.

 

Artigo editado por Filipa Silva