Na segunda noite da Queima das Fitas, os músicos portugueses Miguel Araújo e Agir fizeram as delícias dos presentes no Queimódromo.

No segundo dia da semana académica, Miguel Araújo foi o primeiro a atuar, por volta das 23h00. O antigo vocalista dos Azeitonas teve bastante audiência. Tocando num estilo suave e intimista, as suas músicas prenderam os ouvintes.

Logo ao início, o músico enalteceu o “privilégio que é tocar no Porto”, recordando os tempos de “estudante em que passeava pela cidade” de vez em quando. Os presentes ficaram agradados com os elogios do cantor, deixando-se contagiar pelos seus ritmos descontraídos.

O espetáculo ficou igualmente marcado pela alternância de Miguel Araújo entre um cavaquinho, uma guitarra clássica e uma elétrica. O músico cantou “Fizz Limão”, “Capitão Fantástico” e “Romaria das Festas de Santa Eugénia”, esta última com dedicatória para a Invicta: “O Porto acaba por ser uma aldeia, e a procissão é a Queima das Fitas”.

Sem esquecer o Dia da Mãe, Miguel Araújo dedicou várias músicas “a todas as mães e filhas presentes”, antes de surpreender o público com a participação de um seu velho conhecido: António Zambujo subiu ao palco, levando os presentes a uma enorme ovação aos artistas.

Em declarações aos jornalistas, Miguel Araújo afirmou que a presença de António Zambujo foi planeada no próprio dia. Sobre o apoio que recebeu, o cantor confessou: “Adoro tocar no Porto, é o sítio em que mais gosto de tocar no mundo”.

Os presentes saudaram o cantor, pedindo-lhe mais músicas aquando do término do concerto. No entanto, entre sorrisos, o próprio não cedeu à vontade do público para anunciar a entrada do artista seguinte: Agir.

Agir deitou a casa abaixo

Se Miguel Araújo trouxe muitos ao Queimódromo, que dizer do músico Agir? Desde estudantes universitários, a famílias com crianças, Agir teve um público caloroso a apoiá-lo intensamente durante mais de uma hora.

O cantor deliciou os presentes com algumas das músicas como “Makeup”, “Deixa-te de Merdas” e “Como ela é bela”, e outras “menos conhecidas” – como o próprio referiu – como “Bola de Cristal” ou “One Night Stand”.

Irrequieto, movimentando-se constantemente ao longo do palco, Agir cantou ainda músicas de outros artistas como C4 Pedro, Deejay Télio, Dengaz ou Carolina Deslandes.

Num ambiente fervoroso, foram comuns os momentos em que deixou o público “tomar as rédeas” do concerto, já que os presentes cantavam com entusiasmo e demonstravam conhecimento de praticamente todas as suas músicas.

Houve ainda lugar para um convidado especial: Jimmy P surgiu no palco para cantar “Esconder” com o músico.

Para terminar o concerto, Agir cantou “Parte-me o pescoço” e “Tempo é Dinheiro”, dois dos seus maiores êxitos, que levaram o público ao delírio.

No final, Agir agradeceu o apoio dos presentes: “Sem querer menosprezar o resto do país, há um calor diferente no Norte do país”, referiu aos jornalistas. Quando questionado sobre o facto de o público conhecer detalhadamente as suas músicas, Agir acredita que isso se deve ao facto das pessoas se identificarem com as letras.

“Vamos fazer esta noite durar para sempre!”, gritou ainda durante o concerto. O espetáculo pode ter acabado por uma noite, mas o apoio dado a Agir será, certamente, recordado.