Não só com “registo criminal”, mas também com um registo musical, Tiago Lopes, mais conhecido por Regula, abriu a terceira noite da Queima das Fitas do Porto com “Casca Grossa”, single que dá nome ao último álbum do rapper português.

A “vizinhança” do Queimódromo ficou ao rubro com a entrada de “Don Gula” em palco, que prometia algumas surpresas às centenas de pessoas que se juntaram no recinto. “E como uma só não faz mossa”, Regula continuou o espetáculo com “Nivea”, um dos êxitos do seu último trabalho. “Cospe Gula, cospe Gula”, iam gritando os fãs, extasiados com a prestação do rapper.

Durante quase uma hora e meia, Regula foi rei e pôs toda a gente a “dar de stick” no recinto, com a música “Casanova”. As “queridas” da plateia estão entusiasmadas, enquanto o “dude sem penduras” conduz o espetáculo pela noite dentro.

O momento alto do concerto de Regula deu-se com a entrada em cena de STK, mais conhecido por Sam The Kid, que acompanhou o amigo de longa data em “Langaife” e no clássico “Solteiro”. “Rodei, girei, por vezes achei”, começou Regula. O tema não é estranho a ninguém: as vozes ecoaram e toda a gente “soube decifrar”.

Apesar de “Mêmo a veres” ter ficado de fora do alinhamento, a presença de Sam The Kid foi tónico suficiente para o concerto de de Regula. O rapper português não desiludiu os fãs na terceira noite da Queima das Fitas.

Richie Campbell contagia o Queimódromo com o espírito jamaicano

Se alguém tinha dúvidas de que durante aquela hora e meia ia ser o reggae a dominar, perdeu-as assim que Richie Campbell inicia o seu concerto precisamente com o tema “Reggae Music”, enquanto já se podia sentir o extâse do público.

O cantor fez-se acompanhar, uma vez mais, pela The 911 Band e não deu seguimento ao concerto sem antes demonstrar ao mar de gente que estava ali para o ver, a alegria de voltar à Queima das Fitas, naquela que considera “a outra grande cidade”. Apesar de não ser do Porto, Richie Campbell lembrou que é “sempre tão bem recebido, como se o fosse”.

O concerto de Richie ficou marcado pela informalidade e pela ligação que o cantor quis criar com o público. Em cima do palco, pediu à banda para amenizar o volume por uns segundos, dirigiu-se à plateia infindável que preenchia o recinto e perguntou se podiam “ir à Jamaica por um minuto”. “Um minuto” seria a tradução para o tempo completo do concerto, em que o cantor fez questão de vincar a origem da sua música.

Além disso, o artista quis – e conseguiu – surpreender, ao fazer um “cover” de duas das mais badaladas músicas do momento. Richie Campbell transpôs para a sua voz e estilo a “Hotline Bling” de Drake e a “Work” de Rhianna e Drake. O motivo é simples: encaixam no estilo “dancehall”, um estilo também jamaicano e que o artista “sempre gostou muito de fazer”. Este momento levou o público ao rubro e já não havia nada que conseguisse parar o ritmo que fluía em cada uma das pessoas que preenchia o Queimódromo na terceira noite de concertos.

O cantor também não deixou de trazer músicas do seu mais recente álbum, tais como “That’s not mine” e “Give it all away”, bem como tesouros musicais mais antigos. “Blame it on me” e a luz de centenas de isqueiros do público, conseguiram emocionar o próprio artista, que acabou por agradecer a forma como continuam a cantar “uma música de 2011”, sem a esquecer.

Claro que também não faltaram temas como “What a day” que, para a plateia, se transformou em “What a night”. “That’s how we roll” trouxe a despedida com um “v” de volta, uma vez que Richie regressou ao palco para mostrar que “se sentia fantástico”, através do ritmo da música “I feel amazing”.

O concerto terminou numa apoteose de carinho de Richie Campbell para com o público da Queima das Fitas que estava lá para o ver, a quem o artista dedicou a música “Best Friend”.

No final do concerto e já fora do palco, Richie Campbell revelou aos jornalistas alguns detalhes acerca do seu novo videoclipe, sobre o qual já tinha levantado a ponta do véu durante o espetáculo.

Artigo editado por Sara Gerivaz