Por volta das 23h00, o DJ Diogo Oliveira subiu ao palco e a plateia, ainda tímida, foi-se expandindo com o decorrer das primeiras músicas.

“O público reagiu bem, comecei com a plateia vazia mas rapidamente se encheu e agora no final estavam cerca de duas mil ou três mil pessoas, foi uma coisa do outro mundo”, contou ao JPN o jovem DJ.

“How deep is your love”, de Calvin Harris, levantou do chão os pés da plateia eufórica, que não se poupou na voz. O eletrónico ficou cada vez mais rápido e ritmado ao longo da atuação e o público permaneceu fielmente coordenado.

Um extansiante “mosh” chega à plateia pelos mais corajosos, ao som da versão eletrónica da “We will rock you”. Instalou-se o delírio debaixo da chuva.

Nos primeiros segundos em palco, o DJ Hugo Tabaco encontrou um público em uníssono a gritar pelo seu nome. Os gestos do músico, proprietário da discoteca algarvia “Bliss”, coordenaram os fãs ao som de “Runaway”. Foram milhares os que vibraram com um eletro cada vez mais enérgico ao longo da atuação.

Desengane-se quem pensa que a festa dos concertos é só junto ao palco. Para quem não pôde assistir de perto, vão-se dando uns pezinhos de dança até dentro das barracas, enquanto se vende comida e bebida a estudantes que, apesar da chuva, não se vergam e resistem.

As hostes já estavam aquecidas e chegou a vez do tão aguardado DJ Kura pisar o palco. Depois de cumprimentar o público, as milhares de vozes eufóricas presentes uniram-se naquele que seria o climax da noite. Quando parecia não caber mais ninguém no recinto, o espaço reinventou-se e a plateia multiplicou-se.

“Estava com um bocado de receio por causa da chuva, só toquei com chuva duas ou três vezes na minha vida. Fiquei surpreendido quando vi tanta gente a curtir tanto, fiquei mesmo contente”, revelou Kura, um dos DJ lusos mais requisitados da atualidade, ao JPN no final da atuação.

A chuva parecia não querer abrandar, mas o público também não se demoveu. O palco “ardeu” por várias vezes e até foram lançados confetis. A multidão de fãs, que pedia sempre por mais, respondia às interações do DJ, que se sentia sempre correspondido.

“Pompeii”, “Lean on” e “Summer” fizeram as delícias da plateia. O músico não se poupou, também, nos elogios aos fãs.

Com o recinto já cheio, Borgore entrou, por último, em palco e não desiludiu o público. O DJ israelita contagiou o Queimódromo com o dubstep que o caracteriza, com malhas de baixo fortes e padrões vibrantes.

Borgore não se ficou atrás dos fãs, que não se pouparam nos aplausos, e sincronizou o público com os seus ritmos, naquela que foi a noite dedicada à música eletrónica.

Uma noite longa – os concertos terminaram pelas 03h00 – e marcada pela chuva que teimava em não desaparecer. Os estudantes, ainda assim, não se deixaram demover. Até porque queima molhada… é queima abençoada.