“Somos como somos” é o lema da campanha deste ano do Pirilampo Mágico. Lançada em 1987, a iniciativa mantém ainda hoje os mesmos objetivos: “No ano de lançamento, há 29 anos, havia muita carência neste país ao nível da angariação de fundos e ao nível da integração das pessoas com deficiência na sociedade. Ainda não se tinha dado o grande salto. A ideia que surgiu foi criar um boneco de peluche, a representar um pirilâmpo, que iria iluminar a nossa causa e ser a luz ao fundo do túnel. Desde então, angariamos recursos para organizações que trabalham com pessoas com deficiência intelectual e promovemos a inclusão destes na sociedade”, contou ao JPN Rosa Maria Neto, membro da direção da Federação Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social (FENACERCI) e responsável pela campanha.

Além do tradicional boneco, que custa dois euros, estão também à venda “pins”, “t-shirts”, canecas, chávenas e sacos de pano, com preços que se mantêm em relação aos anos anteriores e que variam entre um e seis euros.

As receitas das vendas revertem a favor de cerca de 80 entidades que apoiam um universo de mais de 30 mil pessoas com deficiência intelectual e as suas famílias. “Este ano, esperamos vender cerca de 700 mil pirilampos. Desde que a campanha começou, no sábado, a adesão tem-se mantido relativamente aos outros anos, apesar de termos tido um primeiro fim de semana repleto de chuva e vento”, referiu Rosa Maria Neto.

Desde a primeira campanha, foram vendidos mais de 20 milhões de pirilampos e mais de dois milhões de “pins”, segundo dados da FENACERCI. No ano de 1995 e 2000, o “pico” de receitas alcançou um milhão de euros. Desde 1987, as vendas já chegaram no total aos 25 milhões de euros.

“Os pirilampos percorrem portugal de Norte a Sul. Estamos em lojas, centros comerciais e bancas de rua, de Viana do Castelo ao Algarve”, adiantou ainda Rosa Maria Neto.

Depois de 29 anos a iluminar corações, só uma coisa distingue os pirilampos: a cor. O desenho mantém-se anualmente, assim como a adesão da população. Reconhecido como um dos maiores símbolos de solidariedade em Portugal, faz crescer todos os anos a conquista dos direitos inalienáveis das pessoas com deficiência intelectual.

A campanha deste ano é apadrinhada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e associa-se ao Ano Internacional do Entendimento Global.