Esta segunda-feira, após o pedido do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (Partido Progressista – PP) para a anulação do processo de impugnação da presidente, pareceu por momentos que o Governo de Dilma Rousseff teria salvação. Foi Sol de pouca dura. O processo continua e nesta quarta-feira o Senado vai decidir se Dilma sai ou se fica.

Neste ponto do processo é quase certo que a presidente seja afastada do cargo por 180 dias, período necessário para o processo ser julgado pelos senadores, e que Michel Temer (Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB) assuma o cargo. Para que o Senado possa afastar Dilma da presidência é necessária uma maioria simples, ou seja, 41 dos 81 votos a favor. Caso o processo de julgamento demore mais do que 180 dias, Dilma vai poder voltar ao cargo enquanto o processo não estiver concluído.

Depois de uma das fases do processo de “impeachment” ter sido aprovado por uma esmagadora maioria na Câmara dos Deputados no dia 17 de abril (367 votos contra 137), o processo seguiu para o Senado.

Nesta segunda-feira, foi lido no plenário do Senado um resumo do parecer da comissão especial do “impeachment” que recomenda a abertura do processo de afastamento da presidente. A comissão votou no dia 6 de maio com 15 votos a favor e cinco contra. Segundo o portal de notícias da Globo, o “G1”, na leitura do resumo, aliados do Governo queriam que a sessão fosse suspensa “para que se resolvesse a questão sobre a tentativa de anulação da votação na Câmara [dos Deputados]”. Apesar das discussões acesas, o parecer foi lido.

Também nesta segunda-feira, e ainda antes da leitura do parecer da comissão, Waldir Maranhão apresentou um pedido de anulação da votação do dia 17 de abril. No final da noite do mesmo dia, apresentou outro documento que revogou o seu pedido inicial de anulação e retirou as esperanças de Dilma e muitos brasileiros que estão a favor da presidente. Antes desta reviravolta, o presidente do Senado, Renan Calheiros já havia rejeitado a decisão de Maranhão. De acordo com o “G1”, Calheiros afirmou que uma decisão de um presidente da Câmara não se pode sobrepor à decisão de uma maioria no plenário.

Segundo a “Folha de São Paulo”, o recuo de Waldir Maranhão deveu-se à forte reação da Câmara que já estava a convocar uma sessão para revogar o seu ato, além de que o próprio partido, o PP, estaria a ameaçar a sua expulsão.

Está marcado para às 9h00 desta quarta-feira, horário de Brasília, o início da sessão no Senado. O futuro próximo do país e da presidente deve ficar resolvido ainda na quarta-feira, segundo Calheiros detalhou ao portal “O Globo”.

Se 41 votos se manifestarem a favor do afastamento da presidente, Dilma vai ser notificada na quinta-feira. Nos 180 dias seguintes, o julgamento vai ser conduzido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e se 54 senadores, dos 81, votarem a favor, Dilma perde permanentemente o cargo e fica impossibilitada, por oito anos, de exercer cargos públicos.