Com sede no Parque de Ciência e Tecnologia (Avepark), em Guimarães, o futuro Centro de Excelência em Medicina Regenerativa e de Precisão, apresentado esta semana, pretende focar-se na investigação multidisciplinar: métodos inovadores vão ser aplicados na prevenção e no tratamento de doenças músculo-esqueléticas, neuro-degenerativas e cardiovasculares.

Funde-se o melhor de cada universidade para unir a ciência. A University College London (UCL) alia-se à Universidade do Porto, Minho, Aveiro, Lisboa e Nova de Lisboa e concorrem para juntas formarem um centro de excelência em Portugal.

João Relvas, coordenador do projeto na Universidade do Porto (UP), conta ao JPN que esta iniciativa surge da necessidade de aplicar o conhecimento reunido nestas instituições de modo a “transferir benefícios para os doentes com diferentes tipos de patologias”.

Nos primórdios do projeto, a ideia e métodos a seguir passaram por agarrar naquilo que cada universidade tem de melhor para oferecer. João Relvas fala da importância da partilha de um centro por várias entidades de modo a progredir na ciência.

O auto-intitulado “The Discoveries Centre” não terá uma estrutura física construída de raiz, à parte do edifício sede, sendo utilizados os laboratórios, infraestruturas e equipamentos científicos das universidades envolvidas no projeto.

O novo centro vai estimular, de forma geral, o emprego científico altamente qualificado e a evolução no setor da biomedicina. João Relvas destaca o forte impacto nessas áreas.

Os cientistas vão trabalhar no projeto como se de uma rede se tratasse. “Falo pelo I3S, já temos investigadores cá instalados que vão continuar a desenvolver pesquisa nas áreas consagradas na iniciativa, nomeadamente doenças cardiovasculares e neuro-degenerativas”.

Projeto com dezenas de cientistas de renome

Prevê-se que a iniciativa tenha um efeito estruturante na ciência portuguesa, para além de reunir condições para atrair talento científico internacional. Para isso, estão envolvidos na preparação do novo centro dezenas de cientistas de renome, quer da University College London quer nacionais, destacando-se, entre os portugueses, Rui L. Reis, Nuno Sousa e Manuela Gomes (ICVS/3B’s da UMinho), Joaquim Sampaio Cabral (IBB/Universidade de Lisboa), Carmo Fonseca (IMM/Universidade de Lisboa), Arlindo Oliveira e João Pedro Conde (INESC-ID e INESC-MN/Universidade de Lisboa), António Jacinto (CEDOC/Universidade Nova de Lisboa), Manuel Carrondo e Paula Alves (IBET/Universidade de Lisboa), Mário Barbosa, João Relvas e Pedro Granja (I3S/Universidade do Porto), João Rocha e Maria Helena Fernandes (CICECO/Universidade de Aveiro) e Manuel Santos e Odete Silva (iBiMED/Universidade de Aveiro).

O centro vai apresentar uma candidatura à Comissão Europeia para apoio ao lançamento do projeto. Os seus promotores prevêem que possa dispor de um financiamento mínimo de 60 milhões de euros nos primeiros sete anos de atividade, a que acrescerão as verbas próprias conseguidas em concursos e contratos. “Este é o centro que vai, certamente, conseguir mais orçamento anual do que todos os outros centros financiados em Portugal”, acrescenta João Relvas.

Prevê-se que o centro comece a funcionar em meados de 2017, depois de tratados os acordos entre universidades, questões jurídicas e aprovação de financiamento.