Tem início, no próximo fim de semana, a 16ª edição do maior festival português de artes de rua. Entre músicos, atores, palhaços e “performers” a edição deste ano conta com mais de 300 artistas, vindos de 16 nacionalidades diferentes.

Desde a Europa, passando pela América do Norte, América Latina até à Ásia, o festival vai contar com uma multiplicidade cultural que faz, durante dois dias, de Santa Maria da Feira o centro mundial das artes de rua.

Entre os inúmeros projetos que marcam o evento, a organização do festival, em comunicado, destaca três espetáculos.

Internacionalmente, o Imaginarius, vai acolher a estreia mundial da criação “Da Vinci, Volare!”, obra da companhia francesa Plasticiens Volants, e que vai trazer aos céus da cidade recriações de máquinas voadoras, esboçadas pelo génio renascentista Leonardo Da Vinci. Um espetáculo que promete conquistar pela imponência e novidade do conceito.

Os números do Imaginarius

– Mais de 300 artistas

– 16 países

– 42 espetáculos

– 47 companhias

– 173 horas de atuação

– 16 estreias absolutas

– 12 horas diárias de programação contínua

Ao nível local, o festival traz, também em estreia, uma produção de grande formato. “Vertico”, das companhias Décadas de Sonho e Persona, ambas de Santa Maria da Feira, e que se propõe fazer uma reflexão sobre a necessidade humana da ascenção ao topo, sempre acompanhada do medo da queda. Para isso vai incorporar no espetáculo acrobacia, “parkour”, música e “videomapping”.

De âmbito nacional, é dado destaque ao projeto “Mute”, uma sinergia entre o lisboeta Noiserv e o Ballet Contemporâneo do Norte, numa abordagem inédita à sonoridade da banda de David Santos.

No cartaz há ainda lugar à programação infantil, contemplada no “Imaginarius Infantil”, dedicada ao público entre os 3 e os 12 anos, e que serve de complemento à programação orientada para os mais velhos.

Materializando a vertente promotora de novas ideias, o festival tem, também, o “Mais Imaginarius”, que se trata de um concurso internacional de artistas emergentes, pensado como plataforma de projeção para novos artistas.

Mas nem só de espetáculos vive o Imaginarius. Parelalamente à produção cultural, haverá, ainda, lugar para workshops, projetos de serviço educativo, atividades exclusivas para profissionais do setor criativo e artístico.  Assim como um espaço de gastronomia criativa que terá a presença do “Urban Market by Portugal Lovers”.

Esperados mais de 50 mil visitantes

Um evento desta envergadura acarreta um forte investimento por parte da autarquia. Para este ano, e de acordo com o que Gil Ferreira, vereador do pelouro Cultura de Santa Maria da Feira, disse ao JPN foram disponibilizados 225 mil euros, provenientes do orçamento camarário, aos quais acrescem 18 mil financiados pela Direção Geral das Artes. Quando questionado sobre o retorno que o Imaginarius traz para a cidade, Gil Ferreira dividiu essa contabilidade em duas vertentes. O “capital simbólico”, que acredita ser o maior e aquele que mais justifica o investimento, e que se traduz pela projeção e notoriedade que traz à cidade e o “capital indireto”, resultado do aumento da atividade económica que a chegada dos visitantes implica. Se a adesão de público ficar ao nível das últimas edições, são esperados mais de 50 mil visitantes no próximo fim de semana.

A edição deste ano serve ainda para dar a conhecer que, para o ano, Santa Maria da Feira vai ser palco do Fresh Street #2, considerado o maior seminário europeu de profissionais de artes de rua. A iniciativa tem como promotores a Circoestrada Network, com o apoio da Comissão Europeia. Para Gil Ferreira, a escolha de Santa Maria da Feira para a organização do seminário é mais uma prova da “importância e reconhecimento dados ao Imaginarius”.