As duas gigantes norte-americanas vão instalar um cabo submarino de telecomunicações desde o estado da Virgínia, nos Estados Unidos até ao norte de Espanha, em Bilbao.

É uma espécie de “joint-venture”, entre as americanas Microsoft e Facebook, para a construção de uma auto-estrada de banda larga entre os dois maiores mercados mundiais. Uma empreitada de 6.600 quilómetros de cabo, que assentarão no fundo do Oceano Atlântico com vista ao desenvolvimento dos serviços “online” das duas empresas, e que se espera estar pronta no final de 2017.

O aumento das ofertas de realidade virtual e de serviços como a transmissão de vídeos em direto – ferramenta recentemente lançada pelo Facebook -, estão na origem do investimento que as duas empresas vão fazer e que conta, ainda, com a espanhola Telefónica como parceira e responsável pela instalação.

O anúncio desta obra é ilustrativo das necessidades futuras, em termos de volume de dados, que a Microsoft e o Facebook antevêem para as suas operações. Estas necessidades tinham já sido referidas no discurso que Mark Zuckerberg realizou em abril, na conferência  – Facebook Developer Conference – anual que a empresa promove.

Na altura, Zuckerberg, falou de novos mecanismos no serviço de mensagens da rede social , nomeadamente os “chatbots”- ferramenta que recorre à inteligência artificial para mimetizar a conversa entre dois seres humanos e que tende a evoluir ao longo do tempo. Uma espécie de resposta automática que se vai adaptando. Ferramenta, aliás, que a Microsoft apresentou, em meados de abril, no Twitter, de nome “Tay” e que fala como um adolescente, mas que se encontra suspenso por responder de forma racista e xenófoba nas suas interações.

Também a realidade virtual esteve em destaque na conferência do Facebook, sendo pretensão do seu fundador passar a utilizar o conceito para a visualização de fotografias, vídeos, entre outros. Todos estes serviços implicam um gigantesco tráfego de dados que, a partir de 2017, será encaminhado em meios próprios, ao invés de pago a outros operadores.

Existem, neste momento, mais de uma dezena de cabos subaquáticos a ligar a Europa à América do Norte, que, na sua grande maioria, são propriedade de empresas de telecomunicações ou entidades governamentais. Este projeto difere também nisso, atendendo a que é a primeira vez que duas empresas não ligadas ao mercado das telecomunicações instalam o seu próprio cabo.

Artigo editado por Sara Gerivaz