Originalmente pensado por Henri Delaunay e Hugo Meisl em 1927, o primeiro Campeonato Europeu de Futebol surgiu apenas 33 anos depois. Daí em diante, mudou de formato várias vezes estabeleceu recordes e viu lendas surgir.

Já nos anos 50, graças a uma grande pressão do jornal de desporto francês L’Equipe, a ideia de Delaunay ganhou força, numa altura em que já havia campeonatos do género noutros continentes. Com a criação da UEFA em 1954, estava lançada a oportunidade para a ideia ser, finalmente, posta em prática.

Delaunay morreu em 1955 e não viu o seu projeto ser concretizado, mas foi honrado pela sua dedicação ao futebol. O primeiro Campeonato Europeu de Futebol foi batizado de Taça Henri Delaunay. A primeira edição foi disputada ao longo de 22 meses, entre 1958 e 1960 e teve como vencedor a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

Nas primeiras competições, a fase final correspondia a dois jogos das meias-finais, mais um jogo para determinar o terceiro classificado e a final.

Para além da vitória da URSS – a única vitória que alguma vez conseguiu – há a registar o jogo que se mantém até hoje como recordista do maior número de golos marcados. O França-Jugoslávia viu os franceses, organizadores da prova, serem eliminados numa partida que acabou em 4-5.

A final, entre a URSS e a Jugoslávia, foi disputada no dia 10 de junho de 1960. Curiosamente, ao longo da história, são várias as alturas em que o Europeu se inicia a 10 de junho.

Os melhores marcadores da prova foram Jean Vincent e Just Fontaine, da França, ambos com cinco golos.

A jogar em casa, a Espanha foi a vencedora da agora intitulada Taça das Nações Europeias. A final foi disputada entre espanhóis e soviéticos. O final deste campeonato europeu trouxe também dois marcos: Denis Law foi aclamado como o melhor futebolista europeu do ano e Luis Suárez tornou-se o primeiro a levantar, no mesmo ano, a Taça das Nações e a Taça Europeia dos Clubes Campeões (atual Liga dos Campeões).

O melhor marcador foi Ole Madsen, da Dinamarca, com sete golos.

Já com o nome oficial de Campeonato Europeu de Futebol – EURO, a prova deste ano foi ganha pela Itália frente à Jugoslávia. Nas meias-finais estiveram também presentes a Inglaterra (então campeã do mundo) e URSS. Após uma prova desastrosa no Campeonato do Mundo em 1966, os italianos, agora a jogar em casa, reestruturaram a seleção de forma decisiva.

1968 viu também a primeira participação de Republica Federal da Alemanha (RFA / Alemanha Ocidental). Os melhores marcadores da prova foram Dragan Dzajic e Vahidin Musemc, da Jugoslávia, ambos com três golos.

A Itália, defensora do título e segunda classificada do Mundial de 1970, entrou em 1972 longe de ser favorita no EURO. A norte e após uma primeira (e modesta) participação, a Republica Federal da Alemanha preparava-se para dominar completamente o campeonato, com um plantel ainda hoje considerado como um dos melhores de sempre em prova. Franz Beckenbauer, Paul Breitner, Uli Hoeness, Günter Netzer and Gerd Müller são apenas alguns dos nomes que constavam dessa equipa.

A final, entre a RFA e a URSS acabou com um expressivo 3-0 e garantiu a Gerd Müller o título de melhor marcador da prova, com cinco golos.

Uma vitória incrível da Checoslováquia, num período marcado pelo domínio alemão no futebol europeu e mundial. Assim se resume esta edição da prova. A RFA entra na quinta edição do EURO como detentora do título de campeã europeia e de campeã mundial (1974). Sai do EURO como segunda classificada, num jogo que fica para a história: a primeira final a ser decidida por grandes penalidades.

Já sem Gerd Müller, mas com o sucessor do atacante alemão, Dieter Müller, os alemães procuravam o segundo troféu da prova. Começou a perder 2-0, mas conseguiu chegar ao empate com um golo no último minuto de jogo. Já nos penaltis, e após sete golos para cada lado, Uli Hoeness falhou para os alemães. Do lado dos checos, consagrou-se um jogador lendário, com um penálti de verdadeiro sangue frio: Antonín Panenka.

Após o desastre de 1976, a RFA estava determinada a ganhar esta edição da prova. Com o alargamento das equipas na fase final de quatro para oito, criaram-se dois grupos com quatro equipas cada e foram eliminadas as meias-finais. A Itália, por ser anfitriã, classificou-se automaticamente para um dos grupos.

A equipa vencedora de cada grupo avançou diretamente para a final, com os segundos classificados a disputar o terceiro lugar. A RFA deixou para trás a Checoslováquia, a Holanda e a Grécia. Na final encontrou a Bélgica, que para trás deixou a Itália, a Espanha e a Inglaterra. A partida deu a vitória, por 2-1 à RFA.

O melhor marcador foi o alemão Klaus Allofs, com três golos.

A jogar em casa, a seleção francesa conquistou o primeiro Europeu e coroou uma das mais marcantes figuras do futebol, dentro e fora das quatro linhas. Os franceses dominaram a competição, que juntava agora fase de grupos e meias-finais.

A única equipa que realmente lhes fez frente foi Portugal. Na meia final, a França viu o jogo com os portugueses chegar a prolongamento e esteve até a perder. Conseguiu, contudo, dar a volta e acabou por vencer, bem como à Espanha, na final, por 2-0.

O astro Michel Platini marcou o recorde de golos em fases finais – que ainda se mantém -, com nove remates certeiros em cinco jogos. A França tornou-se ainda na única equipa, até hoje, e desde que foi introduzida a fase de grupos em 1980, a vencer todos os jogos da fase final do europeu.

Itália, Inglaterra e Espanha eram os fortes candidatos a ganhar esta edição da prova, junto com a Alemanha, que acabou o Mundial de 1986 como segunda classificada. Mas foram os holandeses que acabaram por sair vitoriosos. Pelo caminho deixaram a Inglaterra e a Alemanha (organizadora da prova). A Holanda não vencia os germânicos há 32 anos.

Na final encontraram os soviéticos, que participavam pela última vez no europeu (a URSS desapareceria três anos depois). Os holandeses prevaleceram contudo, com uma vitória por 2-0 e um golo quase impossível de Marco van Basten.

O melhor marcador da prova foi van Basten, com cinco golos.

O ano em que nenhuma das equipas que se apurou para o Europeu foi a vencedora. A Dinamarca, uma substituição de última hora, surpreendeu o mundo do futebol. A jogar na Suécia, os dinamarqueses deixaram para trás a Inglaterra e a França na fase de grupos e venceram a Holanda na meia final. Do outro lado, a Alemanha deixou para trás a Escócia e a CIS (uma equipa feita com os jogadores que pertenciam aos países da antiga URSS) e a Suécia na meia final. A final, que todos esperavam pertencer aos alemães, resultou numa histórica vitória dos dinamarqueses por 3-2.

Os melhores marcadores foram: Dennis Bergkamp, da Holanda, Tomas Brolin e Henrik Larsen da Suécia e Karlheinz Riedle, da Alemanha, com três golos.

Na edição que estreou o maior formato de sempre do Europeu (até 2016), a Inglaterra foi a anfitriã mas caiu nas semi finais, junto com a França. A República Checa, agora um país independente, voltou a surpreender o mundo, mas não chegou tão longe como tinha chegado 20 anos antes. Pela primeira vez o Europeu incluiu quartos de final e a regra do golo de ouro foi usada.

Os alemães foram os grandes vencedores deste Europeu. Na final encontraram os checos, que começaram no mesmo grupo, e prevaleceram sobre Portugal e a França. A final foi a prolongamento, onde Oliver Bierhoff marcou o primeiro golo de ouro da história.

O melhor marcador foi Alan Shearer, da Inglaterra. A Alemanha ultrapassou o recorde da URSS em fases finais, com cinco presenças, e é neste momento a detentora desse recorde e do de maior número de Europeus ganhos: três.

Num Europeu com jogadores que já eram ou se vieram a tornar estrelas mundiais do futebol, Portugal atingiu novamente as meias-finais que perdeu devido a um dos lances mais polémicos de sempre: a mão de Abel Xavier. Às meias-finais chegaram também França, Itália e Holanda. A seleção francesa foi a primeira finalista. Pelo caminho, antes de Portugal, deixou a Espanha, a República Checa e a Dinamarca. A Itália, segundo país finalista deixou para trás, além da Holanda, a Bélgica, a Roménia e a Suécia.

Num final de grandes emoções, a Itália adiantou-se no marcador aos 55 minutos. E quando tudo parecia fechado, no último minuto de desconto, a França empatou, por Sylvain Wiltford. 13 minutos depois, David Trezeguet decidia a eliminatória para os franceses, a segunda da história.

Os melhor marcadores da prova foram Patrick Kluivert, da Holanda, e Savo Milosevic, da Croácia, com cinco golos. Pela primeira vez o Europeu foi organizado por duas nações, neste caso a Bélgica e a Holanda.

Um Europeu que se previa na mesma linha do anterior: disputado por e entre super-estrelas e super-seleções do futebol europeu. Acabou por ser ganha por uma improvável equipa grega, sem super estrelas e com um futebol a que nenhuma das restantes seleções soube dar resposta.

Organizada em Portugal, esta edição viu os portugueses perder o jogo de abertura e o jogo da final com a mesma seleção. De uma derrota à outra, o percurso das duas seleções foi histórico e memorável. Pelo caminho ficaram na fase de grupos Espanha e Rússia.

Portugal eliminou a Inglaterra nos quartos e a Holanda nas meias. A Grécia eliminou a França e de seguida a República Checa. Na final, tal como no jogo de abertura, a Grécia surpreendeu e congelou Portugal, com uma vitória por 1-0.

O melhor marcador foi Milan Baroš, da Republica Checa, com cinco golos.

Organizada novamente por duas nações, Áustria e Suiça, esta edição viu o início de um período de domínio espanhol no futebol. Nem a Alemanha conseguiu parar a Espanha. Na fase de grupos os espanhóis abriram com uma goleada por 4-1 frente à Rússia e deixaram para trás a Suécia e a Grécia.

Venceram a Itália por grandes penalidades nos quartos e encontraram novamente a Rússia nas meias, que golearam agora por 3-0. A Alemanha acabou o grupo em segundo lugar e deixou para trás Áustria e Polónia. Venceu em seguida Portugal nos quartos e a Turquia nas meias, ambos por 3-2. Mas a final foi dos espanhóis, com Fernando Torres a marcar o único golo da partida.

O melhor marcador foi também espanhol: David Villa, com quatro golos.

A edição mais recente do Euro viu a Espanha repetir e conquistar o segundo título europeu. Pelo meio, ganhou também um Mundial (2010). Chega a esta edição do Euro como uma das favoritas e abre o primeiro jogo com um empate contra a Itália, a mesma equipa que irá encontrar na final.

Na fase de grupos caem Croácia e República da Irlanda. A Espanha elimina também a França nos quartos e Portugal nas meias. Já os italianos mandam para casa os ingleses e os alemães.

Na final, o que poderia ser uma repetição do jogo anterior, rapidamente se tornou num jogo unilateral: só deu Espanha e, no final, o marcador mostrava-o: 4-0 para os espanhóis, bicampeões da Europa.

Os melhores marcadores foram: Mario Mandzukic, da Croácia, Mario Balotelli, da Itália, Alan Dzagoev, da Rússia, Mario Gómez, da Alemanha, Cristiana Ronaldo, de Portugal e Fernando Torres, da Espanha, todos com três golos.

Esta edição marcou também o fim da primeira versão da taça Henry Delaunay e a introdução de uma segunda , mais alta e mais pesada. A honra de a segurar pela primeira vez coube a Iker Casillas, guarda-redes da Espanha.

A Alemanha pode juntar ao título de campeã do mundo (2014) o quarto título de campeã europeia. Já a Espanha pode, neste campeonato, conseguir dois feitos: sagrar-se tricampeã europeia e, ao mesmo tempo, igualar o número de troféus da Alemanha.